| 08/05/2008 19h59min
Embora seja uma feira totalmente dedicada a raças zebuínas, a Expozebu também abre espaço para a realização de negócios envolvendo cruzamentos do boi de cupim com raças taurinas. A preferência dos compradores é por animais e material genético da raça girolando, resultado de uma mistura formada por 5/8 de gado holandês e 3/8 de gado gir que resulta em uma rês com grande aptidão para a produção de leite e bom aproveitamento para a carne.
Conforme Limírio Cesar Bizinotto, superintendente técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, a procura se deve à capacidade de adaptação da raça a climas áridos, prmitindo a criação do girolando na maior parte do Brasil. O leilão Top Girolando, realizado em Uberaba durante o período da feira, alcançou médias de preço consideradas expressivas para a raça: vacas em lactação foram comercializadas por R$ 6,4 mil, enquanto novilhas e bezerras alcançaram valores médios de R$ 3,5 mil e R$ 2,6 mil, respectivamente.
- Nosso foco na Expozebu é divulgar a raça, até porque não podemos trazer os animais, mas realizamos alguns negócios com resultados importantes. Além do leilão de 150 animais, estamos promovendo dois shoppings de novilhas em fazendas próximas, onde já vendemos 250 fêmeas com média de valor de R$ 5,4 mil por animal.
Delegações estrangeiras em visita à feira têm demonstrado grande interesse no girolando, e o estande da raça é visitado diariamente por dezenas de representantes do Exterior, provenientes principalmente de países da América do Sul.
- A procura de informações por pecuaristas de outros países cresceu muito. Recebemos gente da Venezuela, Bolívia, Paraguai... eles estão interessados na genética do girolando para produzir carne e leite - explica Bizinotto.
- Como não podem levar gado, os estrangeiros compram os souvenires com a marca Girolando. Neste ano dobramos a venda de canetas, chaveiros, bonés e camisetas -
completa Raquel Carneiro, coordenadora do espaço da
associação da raça na Expozebu.
Além de material genético do gado holandês para a formação do girolando, o representante da Lagoa Genética, Ricardo Montalli, destaca a venda de sêmen e embriões das raças angus e herefod. Cerca de 20% dos negócios realizados pela empresa na feira envolvem gado taurino.
- Do total negociado, pelo menos 80% foi de genética zebuína, sendo que desse percentual metade envolve gado de corte, especialmente nelore, e a outra metade é de zebu com aptidão leiteira, como gir e guzerá. Os 20% restantes são cruzamentos com gado holandês, mas também há boa procura por sêmen de gado angus e hereford, utilizado em cruzamentos com nelore nos criatórios que produzem gado para abate.
Na Alta Genetics, uma das maiores empresas de inseminação artificial do mundo, a grande procura é por genética zebuína. Ainda assim, cerca de 5% da comercialização da empresa na Expozebu envolve material de taurinos.
- A feira de Uberaba é uma feira de zebuínos, e os visitantes vêm com este foco. Mas sempre há procura por material de gado holandês, angus e hereford - explica Heverardo Rezende Carvalho, diretor da empresa.
De acordo com Carvalho, o forte das vendas de cruzamentos se dá em feiras como a Feicorte, realizada em São Paulo, e a Expolondrina. Já as raças européias são muito negociadas durante a Expointer, que acontece em Esteio (RS).
- Isso acontece porque de São Paulo para cima o clima é quente, árido, e as raças zebuínas se adaptam melhor.
As empresas de genética também destacam o crescimento nas vendas e o bom momento da pecuária brasileira.
- Esta está sendo a melhor feira dos últimos cinco anos - avalia Montalli.
- Os negócios devem crescer entre 25% e 35% na comparação com a edição passada - comemora Carvalho.
CANAL RURAL
Gado taurino da raça hereford é utilizado no cruzamento com nelore para formação de rebanhos voltados à pecuária de corte
Foto:
Divulgação