| 06/05/2008 10h00min
Os preços dos 13 principais alimentos que compõem a dieta básica dos brasileiros subiram com força em abril e no acumulado dos últimos 12 meses, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica divulgada nessa segunda-feira, dia 5, pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O documento indica que, junto com os preços, subiram os gastos mensais com comida e as horas de trabalho que um assalariado precisa para comprá-la.
Os alimentos essenciais registraram as maiores altas mensais, em março, nas cidades de Fortaleza (7,84%), Belo Horizonte (6,95%) Brasília, (6,67%), João Pessoa (6,51%), Belém (6,40%) e Curitiba (6,37%).
Os menores aumentos ocorreram em São Paulo (1,73%) e Goiânia (1,97%).
O estudo atribui os aumentos generalizados a fatores climáticos, a pressões do mercado internacional e à alta de insumos como adubos e combustíveis.
O maior custo da cesta de alimentos foi registrado em Belo Horizonte, onde chegou a R$ 228,32.
As altas são notáveis no acumulado dos primeiros quatro meses de 2008 em Fortaleza (19,25%), João Pessoa (16,64%) e no Rio de Janeiro (14,29%).
Nos últimos 12 meses, os alimentos aumentaram 29,79% em Belo Horizonte, 28,87% em João Pessoa, 25,92% em Natal e 13,91% em Porto Alegre.
"Os aumentos acumulados em 12 meses, de maio de 2007 até abril de 2008, são muito grandes e bastante superiores ao reajuste de 9,21% concedido este ano ao salário mínimo", disse o Dieese.
Em abril, um trabalhador brasileiro precisou cumprir uma jornada de 106 horas e 57 minutos de trabalho para adquirir esses produtos, superior às 102 horas e 16 minutos necessárias em março.
Em comparação com abril de 2007, a diferença foi de quase 11 horas, pois naquele mês foi necessário trabalhar 96 horas e sete minutos para comprar a própria comida.
Isto significa que a cesta básica custou, no mês passado, 52,84% do salário mínimo líquido (descontada a contribuição à Previdência Social), contra 50,43% em março e 47,31% em abril de 2007.
Entre as principais altas no acumulado de 12 meses, destaca-se a do feijão preto, com aumento mínimo de 116,85% em Curitiba e máximo de 206,74%, registrado em Fortaleza.
O tomate variou entre 8,16% (São Paulo) e 43,65% (Salvador).
O pão também subiu com força, impulsionado pelas restrições de exportações de trigo da Argentina - até agora principal fornecedor do Brasil- o que levou o país a comprar mais o produto do Canadá e dos Estados Unidos e a pagar um frete muito maior.
As principais altas do pão se verificaram em Salvador (29,77%), João Pessoa (29,44%) e Natal (29,22%).
O preço do óleo de soja também aumentou com a forte demanda internacional e os baixos estoques da leguminosa.
A carne bovina, um dos principais produtos de exportação do Brasil, subiu em 14 cidades entre 14,80% e 32,78% , em comparação com abril de 2007.