| 05/05/2008 12h16min
Os fundos de investimento, que operam cada vez mais no agronegócio, contribuíram para a queda das commodities agrícolas. Esses fundos não são formados, necessariamente, por quem trabalha diretamente com os produtos, mas simplesmente por que quer lucrar com a operação.
De acordo com a AgRural, no início de março, haviam sido comprados 126 mil contratos de soja, quando o grão era cotado a US$ 15,70 por bushel. Neste início de maio, a posição é de 108 mil contratos, com valores a US$ 12,71 por bushel.
No caso do trigo, em março, foram registrados 25 mil contrato, ao preço de US$ 11,70 cents. Neste mês, foi mantida a trajetória de queda: são 19 mil contratos, com preço a US$ 8,65.
- Os fundos exercem pressão cada vez maior sobre os preços – explicou o diretor da AgRural, Fernando Muraro, para quem, no caso do mercado de soja, a participação desses investidores chega a 40% do total.
Em entrevista ao programa Agribusiness Online, nesta segunda-feira, dia 5, Muraro explicou que a guinada de investimentos para as commodities tem a ver com a busca por proteção contra a taxa de câmbio desfavorável. Outro fator é a inflação. De acordo com o analista da AgRural, essas duas variáveis devem influir, até o fim do ano, em novas tendências de mercado
Grau de investimento
Na opinião de Fernando Muraro, o setor do agronegócio deve comemorar a elevação para grau de investimento, da classificação de risco do Brasil feita pela agência Standard and Poor’s. Ainda que, nem todos os efeitos venham a ser positivos.
- O efeito mais positivo é o aumento dos investimentos em infra-estrutura, em que o Brasil é amplamente deficitário – disse ele.
Por outro lado, a melhor classificação traz uma tendência de valorização do real, por causa da maior entrada de capital estrangeiro, o que prejudica, sobretudo, as exportações e, conseqüentemente, a rentabilidade do agronegócio, bastante dependente do câmbio favorável.
- Um câmbio acima de R$ 1,80, seria o ideal, um câmbio mais favorável às regiões de fronteira se desenvolverem porque é para lá que o Brasil tende a ampliar a área plantada.
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