| 29/04/2008 07h05min
Queixas renovadas de grandes corporações americanas e brasileiras sobre serem tributadas duplamente - nos Estados Unidos e no Brasil - fizeram, ontem, com que os governos de ambos os países se comprometessem a encontrar formas, até outubro próximo, de se criar um tratado de tributação.
A idéia é solucionar pelo menos em parte o problema que, segundo os empresários, é debatido há 40 anos sem nenhum avanço.
– Compreendo a ansiedade dos empresários. O que estamos buscando é, sem prejuízo do Brasil ou dos EUA, conseguir não o tratado perfeito, não o tratado ótimo, mas o tratado possível, que será o melhor. E é nesse sentido que definimos um método de resolver esse problema – disse a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao fim da segunda reunião do Fórum de Altos Executivos de Empresas Brasil-EUA, na Casa Branca, da qual participaram presidentes de 10 corporações americanas, 10 brasileiras, além do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge.
O presidente George W. Bush, que conversou com os 20 empresários durante uma hora, disse que estava contente com o andamento das negociações. A função do foro é apresentar recomendações a ambos os governos, sobre formas de facilitar os negócios entre os dois países.
– Eu e meu governo apoiamos fortemente a criação de um tratado tributário bilateral e também um tratamento bilateral de investimentos – disse.
Bush aproveitou para elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
– Quero agradecer ao meu amigo, presidente Lula, por incentivar esse foro, para ir avançando. Isso é uma indicação da importância que nós dois colocamos em nossas relações bilaterais.
Co-presidente do fórum diz que saiu entusiasmado
Dilma disse que haverá uma aceleração nas negociações daqui por diante para ir acabando, aos poucos, com a bitributação.
– Nós nos demos um prazo até outubro para que os dois governos façam os seus melhores esforços. Mesmo porque qualquer alteração (na legislação tributária) tem de passar pelos respectivos congressos. E isso não é trivial – explicou.
A bitributação, as negociações da Rodada de de Doha - de comércio internacional - e o aumento da validade dos vistos para empresários (de cinco para 10 anos) foram os três temas prioritários nas discussões entre altos representantes dos dois governos e do grupo de empresários - que tinha, do lado brasileiro, companhias como Gerdau, Votorantim, Cutrale, Stefanini IT e Odebrecht e, do americano, General Motors, Coca-Cola, Citibank, Intel e Cargill.
– Estávamos frustrados com a demora sobre o tratado de tributação. Mas saímos daqui animados, entusiasmados, de obter resultados até outubro próximo - avaliou o co-presidente do fórum, Josué Gomes.
ZERO HORA