| 25/04/2008 14h38min
O diretor da Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), Jacques Diouf, alertou sobre a possibilidade de guerras civis em alguns países devido à escassez de alimentos e pediu uma reforma no sistema internacional de alimentos. Segundo ele, em entrevista à TV France 24, os líderes internacionais não reagiram aos alertas da agência da ONU ao que ele classificou de "catástrofe previsível".
Quanto às manifestações e protestos contra o aumento de produtos como arroz e milho atingem o governo do Haiti, Diouf afirma que vê a "guerra civil" como perigo potencial para países na África subsaariana, Ásia e América Latina.
—Se todas as medidas necessárias não forem tomadas, há riscos de conflitos. Sabemos que já ocorreram mortes em alguns países — disse ele.
Agitações sociais relacionadas à inflação nos preços dos alimentos já eclodiram nos Camarões, Costa do Marfim, Mauritânia, Etiópia, Madagascar, Filipinas e
Indonésia.
Diouf lamentou as
políticas competitivas de diferentes organizações internacionais, algumas vezes na própria ONU, e disse que isso geralmente faz com que a implementação de programas da FAO contrariem as políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Ele gostou da idéia de instituições globais estabelecerem um fundo de segurança alimentar, como o que a comunidade internacional criou para combater a Aids a partir de 1980.