| 23/04/2008 13h19min
A valorização das principais commodities agrícolas pode influenciar a postura dos países mais ricos e influir de forma negativa nas negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio. É a avaliação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Ele discorda do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para quem o efeito deve ser o contrário: o de redução de subsídios.
- O preço que as pessoas talvez estivessem dispostas a pagar há cerca de um ano para obter um determinado resultado hoje em dia já não é mais o mesmo - ponderou Amorim.
Na opinião do ministro, há uma consciência de que o período de bons preços no mercado internacional não é eterno, mas há uma tendência de se privilegiar interesses imediatos. Amorim lembrou ainda que a rodada trata apenas da eliminação de eliminação do apoio financeiro à exportação de produtos agrícolas. No mercado doméstico, o que se discute é apenas uma redução.
Celso Amorim fez as declarações depois de se reunir com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy. Garantiu que ele e Lamy continuam otimistas quanto à conclusão da Rodada Doha. Mas ressaltou que os países em desenvolvimento precisam ter uma percepção de ganho real e imediato para que seja possível o fechamento das negociações.
AGÊNCIA BRASIL