| 20/04/2008 19h03min
As medidas anunciadas pelo governo federal para incentivar o produtor a plantar mais trigo e, com isso, aumentar em 25% a produção brasileira do cereal na safra 2008/2009 são bem-vindas e essenciais para a recuperação do setor. No entanto, a iniciativa precisa ser ampliada com mudanças imediatas no seguro rural para que o governo atinja o seu objetivo. A avaliação é do presidente da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette.
Ele acredita que a falta um seguro rural eficiente pode comprometer o Plano Nacional do Trigo. Para Meneguette, as medidas não bastam para incentivar o plantio do cereal, concentrado no Paraná e Rio Grande do Sul. Juntos, os dois estados respondem por 90% da produção nacional de trigo.
– O governo tem que melhorar as condições do seguro rural e programar com urgência o Fundo de Catástrofe – argumentou.
Meneguette também defende o aumento dos subsídios para o prêmio do seguro do produto, de 60% para 75%, levando em consideração que as culturas de inverno apresentam alto risco e custo de apólice e são essenciais para a cesta básica e o controle inflacionário.
Para ele, mesmo com subvenção, o valor praticado hoje é insuficiente. Na safra anterior, os prêmios praticados no Paraná para o grão tiveram alíquotas entre 12% e 16,88%.
– Incentivar o investimento em feijão, milho da segunda safra e trigo melhora as condições de abastecimento interno. Além disso, reduz a importação de trigo e da farinha de trigo, o que proporciona um impacto na balança comercial e gera divisas para o Brasil – justificou.
Conforme o presidente da Faep, a metodologia usada para calcular a produtividade considerada no seguro também precisa mudar. Em vez de o cálculo da produtividade média ser feito com dados oficiais relativos à produção do município, Meneguette defende que as seguradoras trabalhem com a produtividade média de cada produtor.
CNA