| 20/04/2008 17h43min
O aprofundamento da cooperação entre as nações do hemisfério sul foi defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante plenária de abertura da 12ª Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), neste domingo, dia 20. Lula foi convidado de honra e o único chefe de Estado a discursar no evento ao lado do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e do presidente do país anfitrião Gana, John Kufour.
O presidente citou o G20 – grupo de países em desenvolvimento liderados pelo Brasil e pela Índia – como exemplo de relações Sul-Sul, frisou que é cada vez maior o intercâmbio comercial entre os países em desenvolvimento e alertou para a tentativa das nações mais ricas de impedir o aprofundamento dessa parceria.
– É preciso estar alerta contra a tentação dos países ricos em acentuar suas práticas protecionistas. Igualmente prejudiciais são as tentativas de perpetuar relações de dependência através da criação de entraves à expansão do comércio Sul-Sul – disse.
Lula convocou os países mais ricos a fazer a sua parte no âmbito da atual rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), a Rodada Doha, que está em sua fase final. Os países em desenvolvimento pedem a eliminação do apoio financeiro concedido pelas nações mais ricas aos seus agricultores e a abertura dos mercados para os produtos agrícolas dos países em desenvolvimento.
– Alcançar êxito nas negociações da Rodada Doha da OMC tornou-se uma tarefa inadiável. Os subsídios milionários pagos pelo Tesouro dos países ricos são como uma droga que entorpece e vicia seus próprios produtores, mas cujas maiores vítimas são os agricultores das nações mais pobres – afirmou.
Biocombustíveis
Lula aproveitou para defender o biodiesel e o etanol das críticas de que comprometem a produção de alimentos. Disse que não há contradição entre a busca de fontes alternativas de energia e o desenvolvimento de padrões agrícolas que garantam a segurança alimentar.
– Estamos prontos a compartilhar nossa experiência com outras nações pobres na África, na Ásia e na América Latina e Caribe – concluiu.
AGÊNCIA BRASIL