Luciane Kohlmann  |  reportagem@canalrural.com.br

Os pequenos produtores negociam com o governo um pacote diferenciado de renegociação das dívidas. As entidades ligadas à agricultura familiar se reuniram nesta quinta-feira, dia 10, com o Ministério da Fazenda.

Foram mais de três horas de reunião a portas fechadas. Essa foi a primeira vez que as entidades ligadas aos produtores familiares apresentaram uma proposta à Fazenda. O setor quer um tratamento diferente ao da agricultura empresarial, com juros 50% menores e um prazo de pagamento de 15 anos.
 
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) acumula hoje cerca de R$ 13 bilhões, sendo que apenas R$ 1,5 bilhão é de parcelas vencidas. Grande parte desta dívida é referente a empréstimos feitos diretamente com os bancos.

Os produtores querem que o governo intervenha nas negociações com estas instituições, tanto para a redução dos juros quanto para o alongamento do prazo. Para o grupo do Pronaf, que é dos assentados, o setor pede um rebate de 90% para a liquidação da dívida ou um desconto de 70% para quem optar pela prorrogação.

Outra reivindicação é individualizar as dívidas relativas a empréstimos coletivos. A regra atual prevê que, quando um grupo retira um financiamento, caso um dos integrantes deixe de pagar, todos ficam inadimplentes.
 
– A agricultura familiar sempre recebeu mais benefícios que a empresarial. Os juros do Pronaf, por exemplo, nunca ultrapassam 4%. Mas havendo avanços na negociação da agricultura empresarial, a familiar também merece uma maior atenção e medidas mais flexíveis – disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Manoel dos Santos.
 
O Ministério da Fazenda prometeu analisar as reivindicações. Uma nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira, dia 16.

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