| 09/04/2008 08h53min
Depois de quase um ano tramitando no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), deve ser aprovado hoje o novo zoneamento ambiental para a silvicultura gaúcha.
Menos restritiva às plantações de eucaliptos e outras espécies exóticas do que o projeto inicial, elaborado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a nova proposta agrada à iniciativa privada.
A concessão de licenças para o plantio, suspensa pela Fepam desde o final de 2007, deve ser retomada logo após a publicação da resolução do Consema, prevista para ocorrer na sexta-feira.
O novo estudo aponta características sociais e ambientais que podem desaconselhar a implantação de florestas, mas não impõe limites à área plantada, como a proposta original. A definição de tamanho máximo para cada bosque e o distanciamento mínimo entre estes também foram abolidos, porque não há critério científico para a definição de números, segundo Ivo Lessa, representante da Federação da Agricultura (Farsul) no Consema.
– O zoneamento vai ser a diretriz e dirá o que deve ser considerado para o licenciamento. Depois, a Fepam vai analisar caso a caso – explica Ana Pellini, presidente da Fepam.
A nova proposta conta com aval de comissões temáticas internas do Consema. O governo do Estado, que tem 12 dos 29 votos, está disposto a apoiar outras entidades que defendem o novo zoneamento, como a Farsul e a Federação das Indústrias do Estado.
Do outro lado estão organizações não-governamentais ambientalistas, que querem um zoneamento menos liberal. O argumento é que essas florestas serão danosas ao Pampa. Representante da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, Flávio Lewgoy diz que a entidade tem planos de contestar judicialmente a decisão. O contraponto vem da iniciativa privada, que vê no desenvolvimento da cadeia florestal uma saída econômica, especialmente para a Metade Sul.
– Há empresas que dependem dessa aprovação (do zoneamento) para que possam continuar trabalhando no Estado e que estavam amarradas por isso – afirma Torvaldo Marzolla Filho, presidente do Conselho de Meio Ambiente da Fiergs.
ZERO HORA