| 07/04/2008 11h34min
Horas extras e muito trabalho. Foi assim o fim de semana no mercado de Buenos Aires, capital da Argentina. O local centraliza o comércio de bovinos de corte. Só no sábado, foram negociadas cerca de 9 mil cabeças. O trabalho é reforçado para compensar os prejuízos com os protestos dos produtores rurais, que deram um trégua depois de 21 dias.
Aos poucos, o abastecimento vai se normalizando. Enquanto isso, os produtores rurais tantam abrir novas frentes de negociação com o governo Cristina Kirchner. Eles reclamam de mudanças nos impostos cobrados sobre as exportações de produtos agrícolas. As manifestações chegaram a interferir no mercado internacional.
- Foi só uma pausa, mas o movimento continua e está muito forte - afirmou o economista Roberto Troster, em entrevista ao programa Agribusiness Online, nesta segunda-feira, dia 7.
Troster avaliou que o governo da Argentina pratica o que chama de populismo econômico, com manipulação de preços e sem repasse dos impostos para as províncias. O economista comparou a movimentação dos produtores rurais argentinos com a feita no Brasil pelo fim da CPMF, aprovado em dezembro.
Ele ressaltou também que o embate com os produtores rurais reflete na popularidade da presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
- A população, em geral, está cansada de um modelo econômico que não está levando a lugar nenhum. As commodities aumentaram o país fica mais rico, os governo gastam mais e não se investe no que é importante.
Roberto Troster disse que, considerando a atual situação, especular sobre uma nova crise não é mais uma questão de "se", mas de "quando" vai ocorrer.
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