| 02/04/2008 16h56min
A Comissão de Agricultura do Senado aprovou nesta quarta-feira, dia 2, a convocação dos ministros da Agricultura, Reinold Stephanes, e do Meio Ambiente, Marina Silva, para explicar o desmatamento na Amazônia. Os senadores querem ouvir também explicações de entidades representativas de agricultores que vivem no chamado Arco do Desmatamento, zona dos municípios onde mais cresce a exploração ilegal da floresta.
Além dos ministros, a comissão quer ouvir também a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A convocação, sugerida pelo senador Sibá Machado (PT-AC), vai ser feita ainda às entidades de pequenos produtores do norte
do país, à Confederação Nacional da Agricultura e
Pecuária e também aos representantes das secretarias estaduais de meio ambiente e do MST que atuam próximas às áreas desmatadas. Tanto o governo quanto os partidos de oposição têm dúvidas sobre os responsáveis por financiar o desmatamento da Amazônia.
– Acho que muitos órgãos de representação dos empresários precisam ficar em alerta. É inaceitável que essas organizações coloquem na fila dessas empresas pessoas pactuadas com o desmatamento e o banditismo –, disse o petista.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) defende o desenvolvimento da região sem desmatamento, mas disse que é preciso pensar na situação das pessoas que tiram o sustento da floresta de forma lícita e que podem ser atingidas por medidas preventivas a atos ilícitos na região.
– A oposição não pode aceitar que se cometam injustiças com os empregos de pessoas que vivem na região e fazem a floresta se desenvolver de forma legal –, argumentou o tucano.
As autoridades e organizações do meio rural devem
ser convocadas ainda neste mês. A Comissão de Agricultura do Senado ainda não definiu a data da reunião, mas a expectativa dos senadores é que o debate sobre o desmatamento na Amazônia se alongue por dois dias. O presidente da comissão, senador Neuto de Conto (PMDB-SC), pensa que os parlamentares ainda precisam conhecer melhor o problema.
– Temos que saber exatamente se quem está lá está tirando proveito da floresta de forma legal, ilegal ou o que está fazendo. E, logicamente, é preciso pôr um fim nisso –, concluiu.
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