A estiagem, que afetou de forma localizada a produção de grãos de verão em algumas regiões do Rio Grande do Sul, especialmente milho e soja, acelerou a comunicação de perdas provocadas pelo clima nas últimas semanas para a solicitação de seguro agrícola.

Cerca de 7 mil solicitações de cobertura chegaram aos bancos do Estado desde o começo da atual safra. A tendência é de que nos próximos dias haja um aumento do fluxo devido à época, quando já não ocorrem mais mudanças em relação ao que será colhido. Para acionar o seguro, é preciso comprovar quebra de produtividade acima de 30% nas áreas atingidas que passam por perícias das instituições bancárias e da Emater/RS.

De acordo com o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Nilton Pinho de Bem, o total deverá ficar distante dos 20 mil comunicados registrados na safra anterior. E será menor ainda o valor aplicado em indenizações.

Segundo De Bem, na maioria dos casos, a valorização das commodities está compensando as perdas provocadas pelo clima. O cálculo é o mesmo de sempre, consta no Manual de Crédito Rural, mas não havia ocorrido devido aos preços defasados de outros anos. Da soma do custo e da renda líquida é abatido o resultado da venda e o valor financiado não utilizado.

Nesta semana, o Conselho de Agrometeorologia do Rio Grande do Sul previu que os próximos dois meses serão de pouca chuva, o que beneficiará a colheita da soja em andamento no Estado, mas poderá ser prejudicial para o trigo, cujo plantio começa a partir do final de abril.

ZERO HORA