| 31/03/2008 23h15min
Os agricultores estão apostando cada vez mais no milho safrinha, e a área plantada com a cultura de inverno nesta safra pode ser recorde. A cada ano o cultivo ganha espaço, e já é responsável por 30% da produção total do grão no país.
Motivados pelo avanço nas exportações do grão, os principais Estados produtores de milho safrinha estão ampliando a área cultivada. No Paraná, onde está a maior produção, a área plantada aumentou em 10%. Em Mato Grosso o crescimento foi maior: 11,2%. Já em Mato Grosso do Sul o incremento deverá ser de pelo menos 3%. Em todo o país a área plantada deve ser de aproximadamente 4,9 milhões de hectares, 7,3% a mais do que em 2007, e a estimativa é de que a produção supere os 17 milhões de toneladas.
O milho safrinha surgiu como uma opção de cultivo de inverno e de rotação de cultura no início da década de 80, no Centro-sul do Brasil. Mesmo sendo considerado uma aposta de risco, por causa das chances de quebra de produtividade em virtude da estiagem, mais comum nesta época do ano, o plantio do grão ganhou espaço, e hoje é visto pelos especialistas como uma alternativa rentável para o agricultor.
– Diante do atual cenário mundial, com a transformação do milho em commodity e o conseqüente crescimento das exportações brasileiras do grão, o milho segunda safra se tornou bastante viável para o produtor – destaca o superintendente da Conab em Mato Grosso do Sul, Alfredo Sérgio Rios.
Apesar deste avanço e da aposta no milho safrinha, o desempenho da cultura neste ano pode estar ameaçada pelo atraso no plantio do grão. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, apenas 70% da área foram semeados até agora, elevando o risco de haver perdas provocadas pela variação do tempo.
– Estamos preocupados com a possibilidade de perdas, porque se isso se repetir, não vamos mais ter o que fazer, porque o prejuízo vai ser grande – diz o produtor Antenor Caríssimi.
Seu Antenor torce para não enfrentar os mesmos problemas do ano passado, quando viu a plantação de 200 hectares ficar comprometida por causa da estiagem. Na época metade da lavoura não se desenvolveu e a outra parte produziu 25% a menos do que o esperado. Neste ano ele plantou 300 hectares do grão, e como o excesso de chuva atrasou em 15 dias o início da semeadura, ele teme novas perdas.
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Milho safrinha é alternativa de renda para produtores do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
Foto:
Ademir Fontana
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