| 14/03/2008 14h29min
A discussão entre o Brasil e a Europa em torno do comércio de carne bovina brasileira deve durar mais dois ou até três meses. É o que avalia o pesquisador do Cepea, Sérgio de Zen. Segundo ele, chegar a uma solução o mais rápido possível é bom para todas as partes, já que as empresas brasileiras dependem das exportações para a Europa e o mercado europeu depende da carne do Brasil.
Em entrevista ao programa Agribusiness Online, nesta sexta-feira, dia 14, de Zen destacou que era uma "crõnica anunciada" o fato do embargo europeu não ter longa duração. Ele lembrou que a escassez de carne brasileira já reflete nos preços do produto.
- O mercado europeu representa 33% da nossa receita com exportações de carne e 16% do volume exportado e é, basicamente, de cortes nobres. Essa alta nos cortes nobres se deve à saída da carne brasileira.
O pesquisador explicou também que é difícil para o consumidor europeu vincular a alta nos preços da carne à falta do produto brasileiro no velho continente.
- Mas o mercado sabe. Os grandes traders europeus, na última semana de janeiro, já não tinham estoques para oferecer.
Internacionalização
Para Sérgio de Zen, essa movimentação dos principais frigoríficos brasileiros é inédita. O pesquisador do Cepea ressalta que a estratégia das empresas garante uma alternativa de receita, já que, com carne de outros países, é possível driblar barreiras sanitárias, como a da Europa.
- No entanto, a melhor condição é poder exportar a carne brasileira, porque é uma carne de baixo custo e competitiva em todos os mercados.
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