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 | 12/03/2008 15h56min

Consumo das famílias representa 60% do PIB brasileiro, diz IBGE

Crescimento mostra nova cultura de consumo do país, com classes C e D

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta quarta-feira, de 5,4% em 2007, foi fortemente influenciado pelo consumo das famílias. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo familiar representou 60,9% do resultado do ano passado, puxado pela alta de quase 30% do crédito.

Para o economista José Luiz Rossi Júnior, professor do Ibmec São Paulo, a expansão do PIB, acima da média história brasileira, registrou um bom resultado em todos os setores — serviços, agricultura e indústria —, com destaque especial para o consumo das famílias, com alta de 6,5%, maior que o próprio índice.

— O aumento do consumo sinaliza principalmente a cultura do crédito e também o aumento da massa salarial. Em 2007, o consumo cresceu até mais que o PIB. E, no geral, se você observar várias economias, geralmente o consumo tende a crescer mais suavemente que o PIB — diz Rossi.

Para o economista, este aumento é significativo para ter um novo raio-x do que é a cultura de consumo do Brasil hoje:

— O fato de o consumo estar aumentando é um bom indicador porque há várias pessoas das classes C e D que estão entrando neste mercado.

Rossi chama atenção também para o crescimento do investimento. Segundo o IBGE, a agropecuária foi o setor que mais cresceu, com 5,3%. A expansão deveu-se principalmente à lavoura, com destaque positivo para trigo (62,3%), algodão herbáceo (33,5%), milho em grão (20,9%), cana (13,2%) e soja (11,1%).

O consumo em alta também se reflete no crescimento do recolhimento de impostos sobre produtos, de 9,1%, o maior desde 1996, de acordo com o IBGE — no ano passado, a tributação de produtos havia crescido 5%. Entre os segmentos que mais contribuíram para o resultado dos tributos estão o automotivo e o de serviços da informação.

— Se a economia está crescendo, a tendência é que os impostos cresçam, é uma relação direta. Se você tem crescimento onde o consumo está com taxa alta, vai ter impacto no ICMS, como os serviços de informação. Atividades que têm incidência de IPI muito alta estão crescendo. O grande impacto é IPI e ICMS — explica Roberto Olinto, coordenador de contas nacionais do IBGE.

Segundo Olinto, com o aumento na taxa de investimento — também verificada pelo instituto — a economia está se preparando para uma manutenção da demanda. Isso é evidenciado, segundo o coordenador, pelos investimentos maiores em capacidade produtiva. As informações são do site G1.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Fazenda, Guido Mantega, para analisar o resultado do crescimento econômico do país em 2007.

Roosewelt Pinheiro, ABr / 

Presidente analisou os resultados do crescimento econômico do país em 2007
Foto:  Roosewelt Pinheiro, ABr


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