| 05/03/2008 18h34min
Governo adia mais uma vez a discussão sobre a renegociação das dívidas agrícolas. A proposta que seria apresentada nesta quarta, dia 5, pelo governo à bancada ruralista ficou para a próxima terça, dia 11. O Ministério da Agricultura pediu mais prazo para avaliar a sugestão do Ministério da Fazenda.
A mudança na data de apresentação de uma proposta de readequação das dívidas do setor rural desagradou parte dos deputados da bancada ruralista.
– Mais uma vez se protela essa questão – disse o deputado Luis Carlos Heinze (PP/RS).
Mas outros integrantes da Comissão de Agricultura da Câmara acham que o adiamento é importante para avançar com as negociações.
– Esse adiamento, nessa conjuntura, é necessário. Para quem esperou um ano não vai fazer diferença. O que não podemos é chegar na semana que vem e não deliberarmos. Agora chegou o momento de definitivamente criarmos uma condição de renegociar dívidas – disse
o deputado Afonso Hamm (PP/RS).
O setor
estima que a dívida que está sendo analisada pelo governo federal é de R$ 100 bilhões. Desse total, aproximadamente R$ 60 bilhões, incluindo dívidas dos pequenos, médios e grandes produtores, vencem até 2011. Só nesse ano, as dívidas vencidas devem passar de R$ 14 bilhões. É com base nesses números que o governo deve finalizar uma proposta. O Ministério da Fazenda já sinalizou que deve adequar os juros das dívidas acumuladas, eliminar taxas e multas muito pesadas e conceder bônus para quem pagar as contas em dia ou antecipadamente.
Os técnicos do Ministério da Agricultura vão passar os próximos dias, inclusive o fim de semana, avaliando a proposta. A idéia do Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, é de apresentar os ajustes aos deputados da bancada ruralista até o próximo dia 11 de março.
– Não tem nenhum problema alongar o perfil da dívida quando o governo tem dinheiro sobrando. Por essa razão temos uma expectativa que o bom senso vai imperar e vamos ter
condições de que o
produtor ganhe fôlego para aumentar a área plantada – afirmou o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, Ônix Lorenzoni.