| 15/02/2008 14h19min
Em entrevista exclusiva ao programa Mercado e Cia., o chefe da missão técnica do Brasil na União Européia, o secretário Inácio Kroetz, antecipou nesta sexta, dia 15, o que foi discutido na reunião com técnicos europeus sobre o embargo à carne brasileira. Direto de Bruxelas (Bélgica), onde foi o encontro, Koetz informou que uma nova missão do bloco virá ao Brasil no dia 25 de fevereiro.
A equipe de inspetores veterinários deve permanecer no país até 14 de março com o objetivo de analisar o sistema de rastreabilidade de bovinos e bubalinos brasileiros. De acordo com o Ministério da Agricultura, o principal interesse do grupo é o estudo documental do sistema e sua operacionalidade, além de visitas a estabelecimentos rurais aprovados pelo Sisbov (Eras).
– De posses dessas informações é que será avaliado o número de fazendas aptas a exportar. O que tratamos na quinta (dia 14) e nesta sexta (dia 15) foram as qualidades e as auditorias nas fazendas e o tempo de permanência da missão européia (três semanas). Só após a avaliação é que será definido o número de fazendas exportadoras – disse Inácio Kroetz.
Os técnicos europeus devem avaliar primeiramente cerca de 30 fazendas. Se consideradas aptas, servirão de base para definir o padrão e formação de novas listas.
– Quando entregarmos a primeira lista, no dia 14 de março que, claro, não atenderá à demanda européia, em seguida apresentaremos uma nova – acrescentou Kroetz.
Durante a entrevista, Inácio Kroetz negou veementemente informações veiculadas no Brasil de que os europeus teriam recusado um número maior que 300 propriedades para exportação. O secretário informou também que já entregou uma lista com fazendas aptas para negociar e que não houve recusa por parte da União Européia.
– Eu não sei de onde saiu essa informação. Não viemos discutir um número de uma lista, viemos discutir critérios de análises das propriedades.
Sobre a declaração do ministro da Agricultura, Reinhold Sthefanes, que reconheceu que frigoríficos brasileiros exportaram gado não-rastreado para a União Européia, o secretário evitou polemizar e apenas informou que este assunto não foi tratado em nenhum momento da reunião. Ele ainda negou que a equipe de técnicos brasileiros tenha sofrido qualquer tipo de represália ou tenha sido destratada pelos interlocutores europeus.
– De forma alguma, fomos bem recebidos e não houve nenhum incidente. Tivemos uma reunião extremamente agradável.
Inácio Kroetz também mandou uma mensagem aos pecuaristas:
– Eu posso transmitir uma mensagem de tranqüilidade. Trabalhamos intensamente para recuperar a normalidade e reconquistar a credibilidade ao nosso sistema de rastreabilidade.
CANAL RURAL
Secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, durante entrevista coletiva sobre a crise do leite
Foto:
Valter Campanato, ABr