Cristiano Dalcin  |  reportagem@canalrural.com.br

O preço da carne começa a cair em alguns Estados, depois da decisão da União Européia de suspender a importação do Brasil. O produto brasileiro será vendido no mercado interno.

Coloque uma placa de oferta, desconto, promoção e lá está a Leocádia Santiago. O corte de carne precisa ser bom. Se tiver preço baixo, melhor ainda. Ela vai da zona norte ao centro de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, para fazer as compras.

– Sempre, sempre. Venho lá da Santa Rosa comprar carne aqui – diz.

Claro que Leocádia não é a única. Nos mercados públicos das grandes cidades, existem milhões de consumidores como ela. Gente que procura preço baixo e nem sempre encontra.

– Eu não senti diferença nenhuma. Agora mesmo eu tô comprando um pedaço de carne e eu disse: ué, disseram que ia baixar – afirmou a dona de casa Dilmar Piccini.

De acordo com analistas de mercado, a carne teve um aumento de até 10% na Europa em relação ao mesmo período de janeiro. Já no Brasil, houve uma redução nos principais Estados exportadores para a União Européia. O preço da carne chegou a cair 15%.

Foi o que aconteceu em estabelecimentos rurais aprovados no Sisbov em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

– Animais que estavam aptos à exportação, que são animais de propriedades Eras, nesses Estados, existe essa diferenciação bastante grande. Nesse momento em que não é possível exportar para a União Européia, evidente que o preço tende a cair – explica o presidente da Comissão Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Simm.
 
O mesmo não acontece no Rio Grande do Sul, que também faz parte do grupo de Estados exportadores. No mercado gaúcho, oferta e demanda são mais equilibradas, e o valor da carne não deve sofrer alterações.

– Tá o mesmo preço. Pode reduzir ainda. A paleta tá R$ 5,60 o quilo. Não reduziu, tá a mesma coisa que tava – confirma o aposentado Ondino Cunha.

CANAL RURAL/RIO GRANDE DO SUL