| 31/01/2008 16h10min
A Comissão Européia (CE, órgão executivo da União Européia) não prevê problemas importantes no fornecimento de carne bovina em conseqüência da interrupção, a partir de hoje, das importações brasileiras, apesar de o Brasil ser o país do mundo que mais vende para o bloco europeu.
Hoje entram em vigor novos requisitos sanitários impostos à carne bovina brasileira, o que na prática significa um bloqueio às importações, porque, por enquanto, não há nenhuma empresa exportadora que cumpra as condições ou tenha autorização européia.
O Brasil é o principal exportador de carne bovina à União Européia (UE), com 65,9% do volume das importações e 56,5% do valor total dos envios desse produto que chegam ao mercado europeu, segundo dados da CE, orrespondentes a 2006. Outros exportadores de carne bovina importantes para o abastecimento da União Européia são Argentina, Uruguai e Austrália, nesta ordem.
As exportações de carne bovina do Brasil à UE (carne e animais vivos) chegaram a 327.000 toneladas e a um valor de € 963 milhões, segundo números de 2006. A UE importa importe de 496 mil toneladas de carne bovina, no valor de € 1,704 bilhão, enquanto as exportações são de mais de 232 mil toneladas, em € 508 milhões. Fontes do órgão afirmaram hoje que a CE não fez um estudo de impacto sobre as possíveis conseqüências que o bloqueio à carne brasileira, segundo um porta-voz europeu.
O comissário de Saúde da União Européia, Markos Kyprianou, advertiu que legalmente não há um veto, mas o que ocorre é que faltam empresas que cumpram os requisitos impostos pela UE à carne bovina do Brasil. Os países europeus decidiram em dezembro impor condições mais estritas e restringir, assim, a entrada da carne bovina brasileira, diante das deficiências detectadas pelos inspetores europeus no sistema de saúde e acompanhamento da produção do produto.
Foi decidido que, a partir de hoje, só será permitida a importação de carne bovina brasileira procedente de um dos grupos empresariais autorizados pela UE e incluídos em uma lista, por cumprir todos os requisitos europeus. Além disso, o comissário informou que, "em breve", as empresas brasileiras interessadas darão as garantias necessárias às autoridades européias e serão incluídas na lista de operadores com permissão para enviar carne ao mercado europeu.
AGÊNCIA EFE