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 | 31/01/2008 12h15min

CNA crítica embargo da União Européia

Para Fórum da confederação, decisão é baseada em critérios comerciais e não sanitários

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, avaliou como um “embargo branco” a decisão da Comissão Européia de não publicar a lista de fazendas brasileiras autorizadas a exportar para aquele mercado, conforme auditoria feita pelo Ministério da Agricultura e Agências de Defesa Estaduais.

A União Européia suspendeu nesta quarta, dia 30, por tempo indeterminado, toda a importação de carne bovina brasileira. A decisão foi tomada depois de uma disputa em relação ao número de fazendas brasileiras que teriam direito de exportar. Os europeus disseram que aceitariam a carne de 300 propriedades, mas o Brasil apresentou uma lista com 2.861 propriedades. Diante deste impasse, o Brasil está impedido de exportar carne bovina “in natura” para os países da União Européia (UE) até que o serviço sanitário da Comissão Européia indique o grupo de fazendas que servirá de base para uma nova inspeção a ser realizada no final de fevereiro.

– Essa posição é absurda. Tentar restringir o número de propriedades é uma forma de embargo à carne brasileira. Se considerarmos a média brasileira de 400 cabeças por propriedade, as 300 fazendas, propostas pela UE, não representam, por mês, nem um contêiner exportado para a UE – explicou Nogueira.

Uma delegação européia virá ao Brasil, no dia 25 de fevereiro, para auditar o sistema e o trabalho realizado pelo serviço oficial brasileiro. Para a CNA, os pecuaristas que já investiram e tiveram suas propriedades classificadas como Estabelecimento Rural Aprovado no Sisbov (Eras) têm o direito de fazer parte da lista e o Ministério da Agricultura tem o dever de garantir a inclusão dessas fazendas. A entidade pede ainda mais clareza e transparência nas regras da UE.

– Queremos regras que tenham início, meio e fim e sinalizem o que o País tem de fazer – completou Nogueira.

Para o Fórum da CNA, essa decisão não está embasada em questões sanitárias, como o próprio relatório da UE afirma, mas em critérios comerciais.

– O preço pago ao produtor somado aos subsídios não cobrem os custos de produção na Europa. Quem vai pagar por essa restrição ao produto brasileiro é o consumidor europeu – explica o presidente.

Nogueira pediu ainda que os pecuaristas brasileiros tenham calma e lembrou que as exportações para o mercado europeu representam apenas 3% da produção de carne bovina brasileira.

– Não é um volume tão representativo da produção. O Brasil vem aumentando as exportações para outros mercados. Atualmente, vendemos carne para mais de 170 países. Esse volume pode ser redirecionado. Aconselhamos o produtor a não ofertar boi e acompanhar os processos com tranqüilidade para garantir a manutenção dos preços de mercado – disse.

CNA

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