| 26/01/2008 08h48min
O presidente do banco Société Générale, Daniel Bouton, reiterou hoje que o funcionário que causou a fraude que fez a entidade perder 4,9 bilhões de euros agiu sozinho, e negou que o caso tenha sido utilizado para esconder outras perdas.
Em declarações publicadas hoje pelo jornal Le Figaro, Bouton desmentiu a teoria de que o banco transferiu perdas para um buraco procedentes de outro buraco, como alguns veículos de comunicação sugeriram.
A sede central do banco, situada nos arredores de Paris e o domicílio do operador de mercados acusado da fraude foram revistados na madrugada por agentes judiciais, dentro da investigação aberta pela Justiça francesa para esclarecer o caso.
O operador de mercados Jérôme Kerviel, de 31 anos, não estava em casa e ainda não deu sua versão dos fatos aos investigadores, mas, segundo fontes próximas ao caso, não está em paradeiro desconhecido.
O presidente do Société Générale continua
colocando toda a responsabilidade da fraude em Kerviel, a
quem acusou de ter burlado os controles do banco. Segundo Bouton, o funcionário escondia de forma fraudulenta algumas de suas operações.
— Cada vez que comprava verdadeiramente um instrumento (de investimento), o opunha a uma operação fictícia equivalente, o que anulava exteriormente o risco que tinha corrido em sua operação fraudulenta — disse.
Com estas operações, criou uma enorme exposição do banco que, além disso, fazia evoluir suas operações fictícias fraudulentas de forma permanente, para evitar os controles do banco.