Luiz Patroni  |  reportagem@canalrural.com.br

A produção de alimentos no Brasil deverá ser pelo menos 3% maior nesta safra, segundo a Conab. O país deve colher mais de 135 milhões de toneladas de grãos, mas em alguns Estados a realidade será diferente. É o caso de Mato Grosso do Sul, onde a estimativa é de que a produção seja 1,2% menor do que na safra anterior.

Mato Grosso do Sul deve produzir 8,3 milhões de toneladas de grãos nesta safra. Cerca de 100 mil toneladas a menos do que na safra passada. A queda é conseqüência da redução na área plantada com algumas culturas, como o arroz que ocupou área 12% menor. O mesmo aconteceu com produtos mais tradicionais no Estado. A área de milho da primeira safra diminuiu 6%, enquanto a soja sofreu pequena retração de 0,4%.

O principal motivo desta redução, segundo a Conab, é o avanço da cana-de-açúcar no Estado. A área destinada ao produto cresceu 26%, totalizando mais de 202 mil hectares cultivados.

Com o setor em plena expansão, muitos produtores decidiram apostar na diversificação da propriedade. o produtor rural Hilário Coldebella reduziu em 65% a área plantada com soja.

– Eu apostei na cana-de-açúcar e, mesmo com a redução dos preços da tonelada, acho que o produto será mais uma opção rentável para os agricultores de Mato Grosso do Sul – disse o produtor.

Para a Conab, a diminuição da área destinada à produção de grãos já era prevista, mas não deve trazer conseqüências e nem preocupações.

– O Mato Grosso do Sul foi o Estado que registrou o maior avanço canavieiro, mas a produção de alimentos nunca será deixada de lado, já que há muitas áreas para serem exploradas – disse Nilson Azevedo Marques, superintendente substituto da Conab-MS.

Outro fator apontado para a queda na área plantada com grãos, é a descapitalização da classe produtora. Mesmo diante das boas perspectivas em função da recuperação dos preços das principais commodities, houve cautela na hora do plantio.

– com o setor endividado, o produtor quer investir com mais segurança, daí escolhe as melhores áreas para não se aventurar – disse Coldebella.

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