| 20/01/2008 14h30min
Os preços das matérias-primas agrícolas continuarão firmes em 2008, apesar de apresentarem uma certa desaceleração em sua margem de oscilações. A afirmação consta de estudo divulgado nesta semana pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Banco Bradesco (Depec).
O trabalho partiu da premissa de que "os preços das matérias-primas agrícolas chamaram a atenção nas últimas semanas devido à intensidade das altas observadas, além de recordes históricos das cotações alcançados por alguns grãos".
Desde o início da "turbulência" dos mercados financeiros internacionais, "instaurada com mais força" desde julho de 2007, o índice formado por soja, milho e trigo apresentou uma alta de quase 50%, provocando imediatamente dúvida no mercado de se esses preços se manteriam em 2008, acrescentou o texto.
Os preços agrícolas, assim como a maioria dos demais bens, são determinados "primordialmente" pelas condições de oferta-demanda, mas também "estão sujeitos a oscilações relativas ao fato de que tais ativos têm um lado financeiro".
As commodities e seus derivados também são "ativos financeiros" e, portanto, estão expostos "ao contágio das crises de liquidez". Apesar da volatilidade e do risco observados nos últimos dias, eles não foram atingidos até agora.
"Ao contrário, essa trajetória de alta foi intensificada" após ter se desencadeado a incerteza sobre uma possível desaceleração da economia americana após a crise pela qual passa o setor imobiliário dos Estados Unidos, concluiu a análise do Bradesco.
AGÊNCIA EFE