| 24/12/2007 13h29min
O verão iniciado no último sábado, dia 22, vai sofrer os efeitos do fenômeno La Niña, provocado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, nas imediações da linha do Equador. A ocorrência será de "intensidade moderada", conforme afirmou nesta segunda-feira, dia 24, o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), William Ferreira.
Da unidade de Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), onde atua, o pesquisador da Embrapa revelou que até o mês de março o La Niña vai provocar chuvas mais fortes que a média histórica no Norte e no Nordeste. Em contrapartida, a precipitação de chuvas será menor na Região Sul; em especial no Rio Grande do Sul, com prejuízos às culturas agrícolas de verão.
William Ferreira ressaltou que a característica marcante do verão, nos Estados do Sudeste e Centro-Oeste, será a "baixa previsibilidade", em razão da maior probabilidade de o La Niña deslocar as frentes frias com mais velocidade. Fenômeno que no seu entender provoca chuvas fortes e concentradas sobre uma mesma área, seguidas por estiagens (veranicos) mais intensas.
O pesquisador da Embrapa destacou também que a temperatura deve aumentar em torno de 1,5 grau neste verão, principalmente numa faixa que nasce no Triângulo Mineiro e se alarga em direção ao Sul. Esse calor mais intenso, associado a veranicos demorados, com maior insolação, prejudica as lavouras em fase de brotação, quando "são mais sensíveis à falta de chuvas".
De acordo com as previsões meteorológicas, a umidade relativa do ar deve cair em regiões da Bahia e de Minas Gerais, mas aumenta nos estados do Norte. William Ferreira acredita, ainda, que o Vale do Jequitinhonha, em Minas, e a região do Mucuri, no Espírito Santo - que fazem parte do Perímetro das Secas - terão chuvas abaixo da média normal dos últimos anos.
AGÊNCIA BRASIL