| 29/11/2007 19h43min
A defesa sanitária foi o tema central da reunião do Conselho dos Secretários da Agricultura do país, que aconteceu nesta quinta, dia 29, no Rio de Janeiro. Entre as reivindicações que devem ser encaminhadas ao Ministério da Agricultura está a unificação da campanha de vacinação contra a febre aftosa.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, abriu o encontro e admitiu não ter muito conhecimento sobre o setor agrícola. Apesar disso, Cabral disse que ficou honrado em receber uma reunião tão importante na sua cidade.
– Eu acredito muito nesta troca, e ninguém inventa nada, ainda mais no setor agrícola, não dá para inventar. Então, evidentemente, esta troca de experiência, e a troca de parcerias é que a gente pode aperfeiçoar este setor vital – disse o governador.
E o Conselho mostrou o quanto isso é possível. Após muita discussão, os secretários concordaram em propor ao governo federal a unificação da campanha de vacinação contra a febre aftosa em todo o país.
– O ideal é que possamos unificar em maio e novembro, fazendo com que haja um tratamento diferenciado para Estados fronteiriços ou que tenham sistemas como Pantanal, Amazônia, mas de um modo geral consolidar este calendário, articulando isso com a indústria de vacinas para que a gente também não tenha problema de abastecimento – disse Christino Áureo, secretário da Agricultura do Rio.
O atual presidente do Conselho, Gilman Rodrigues, apontou outro problema: muitos Estados têm que arcar com os próprios custos da defesa agropecuária, por estarem inadimplentes com a União. Por isso, os secretários pretendem exigir que este setor seja prioritário, assim como as áreas de saúde e educação.
– Um ponto crucial é que os recursos dos convênios do Ministério da agricultura com as secretarias da agricultura de cada estado tem tido impedimentos de serem trasnferidos porque o estado está inadimplente com outra atividade qualquer, como obra civil, e a defesa sanitária não pode sofrer isso – destacou Rodrigues, secretário da Agricultura de Minas Gerais.
Um projeto de sanidade para as fronteiras também deve ser levado ao Ministério.
– O que nós estamos cobrando é uma legislação específica de sanidade nas fronteiras e também o estabelecimento de um cronograma e de um orçamento confortáveis no país como um todo, que possa cuidade dos Estados de fronteira – frisou Christino.
A rastreabilidade foi o ponto mais polêmico da discussão. A recente auditoria feita no país por técnicos da União Européia verificou falhas no sistema brasileiro. Os secretários pedem que a fiscalização das certificadoras passe a ser responsabilidade dos Estados.
– Achamos que os Estados estão mais próximos do campo, do dia-a-dia, da produção, e podem exercer este papel com mais capilaridade – completou Christino.
Ao final do encontro, o presidente do Conselho redigiu um documento com todas as reivindicações discutidas durante o dia. Este requerimento deve agora ser apresentado ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, até o final deste ano.
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