| 19/11/2007 07h30min
A valorização do real foi apontada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como um dos focos de preocupação causados pelos desequilíbrios nos mercados de câmbio internacionais.
Durante a reunião anual dos ministros das finanças e governadores de Bancos Centrais do G20, o diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Kahn, disse a jornalistas que "alguns países têm sobre os ombros um peso do ajuste muito maior do que deveriam".
– Esse é o caso do dólar canadense, do euro, do real brasileiro – acrescentou Strauss-Kahn.
Presente ao encontro, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não quis comentar a declaração.
– Não costumo falar sobre o que não ouvi diretamente – disse Meirelles, observando que os preços de diversos ativos brasileiros estão numa trajetória de valorização por causa do bom momento econômico vivido pelo Brasil, que será o anfitrião da próxima reunião, em 2008.
O ajuste nos mercados cambiais mencionado pelo representante do FMI tem sido causado principalmente pela forte depreciação do dólar diante de várias moedas e pela cotação do yuan chinês, que, segundo analistas, continua muito subvalorizado. Embora não tenha citado diretamente o yuan, ficou claro que o ritmo de apreciação da moeda chinesa é considerado lento.
Crise norte-americana deve durar mais do que o previsto
Na abertura do encontro, no sábado, dia 17, a avaliação foi de que o impacto da crise no setor imobiliário dos Estados Unidos sobre os mercados financeiros mundiais vai durar mais do que o previsto. Segundo análises apresentadas, setores do mercado de crédito que ficaram ilesos até agora devem começar a apresentar problemas, prolongando as incertezas e o impacto da crise.
No encontro também ficou registrada a preocupação com a questão do aumento do preço do petróleo e dos alimentos. O ministro das Finanças sul-africano, Trevor Manuel, alertou que, no caso do milho, o aumento é atribuído parcialmente à conversão do grão para a geração dos biocombustíveis.
ZERO HORA