| 12/11/2007 20h45min
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU exigiu nesta segunda das autoridades mundiais que realizem o mais rápido possível ações multilaterais para enfrentar o problema, já que a situação tem base científica e seus efeitos em todo o planeta foram comprovados. A 27ª sessão do IPCC foi aberta nesta segunda, dia 12, no Museu das Ciências de Valência (leste da Espanha) pelo presidente do organismo, Rajendra Pachauri, que encorajou os 450 especialistas participantes do encontro a elaborarem o melhor relatório possível, diante da cúpula mundial do organismo a ser realizada em Bali (Indonésia), no mês de dezembro.
Durante essa reunião, a ONU negociará a nova estratégia multilateral a ser seguida nos próximos anos em relação à mudança climática. O acordo irá substituir o Protocolo de Kyoto, vigente até 2012.
Os participantes do evento se reuniram em sessões técnicas, todas elas a portas fechadas, e que terão seus resultados apresentados no sábado, em uma entrevista coletiva que terá a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Antes da abertura do encontro do IPCC, nove membros do Greenpeace escalaram uma construção e instalaram três cartazes de protesto, cada um com cerca de 400 metros quadrados, em frente ao Museu das Ciências, que foram retirados logo em seguida pelas autoridades.
O lema escrito nos cartazes era: "Perigo: salvemos o clima já", e mostravam também uma imagem do planeta pegando fogo emoldurado por um sinal de perigo. A responsável do Greenpeace pela campanha sobre a mudança climática, Raquel Montón, explicou que o objetivo do protesto é apoiar os especialistas da ONU.
– Queremos transmitir ao mundo inteiro, por meio de uma foto, que os presentes em Valência nesta semana são os que mais sabem sobre a mudança climática. Quantos mais Governos os escutarem, melhor – disse.
Montón ressaltou a importância de os países mais industrializados do mundo reduzirem em mais de 85% suas emissões de dióxido de carbono para evitar que a temperatura média global suba mais de 2ºC, a "linha vermelha" que, segundo ela, implicaria em danos irrecuperáveis para a humanidade.
AGÊNCIA EFE