| 12/11/2007 06h03min
Com o anúncio de novos investimentos na Fundação Nacional de Saúde (Funasa) - no valor de R$ 4 bilhões até 2010 - e escândalos de desvio de recursos, toma força um movimento pela extinção do órgão, com incorporação de seus serviços por outras áreas. O tema é discutido de forma velada dentro do governo.
Levantamento publicado nesse domingo, dia 11, pelo jornal O Estado de S.Paulo revela que tomadas de contas especiais da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam rombo de R$ 75,7 milhões em 176 convênios fechados desde 2005 com prefeituras e organizações não-governamentais (ONGs) para obras de saneamento básico e serviços de atenção à saúde indígena.
Desde 2005, o PMDB tem o comando político do órgão que tem um orçamento de R$ 1,5 bilhão e atua na área de saneamento em municípios com até 50 mil habitantes e em serviços de saúde indígena.
O movimento pelo fim da Funasa, ainda sem autores declarados, foi fortalecido com as críticas recentes no próprio governo. Em visita ao Amazonas, os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Nelson Jobim (Defesa) atacaram a aplicação dos recursos pelo órgão. O governador Eduardo Braga, do PMDB, fez coro:
– Se quiser fazer o PAC da Funasa aqui, que faça com o Exército, não com a Funasa.
Os ataques engrossaram os boatos de que o governo planeja extinguir o órgão. Isso obrigou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a se manifestar publicamente, negando que haja qualquer discussão sobre mudanças.
Os desvios em convênios tornaram-se o principal argumento pelo fim da Funasa. Mas sua direção e seus servidores acreditam que acabar com a fundação não resolve o problema.
– As falcatruas decorrem de indicações políticas, fruto de acordo com o governo, que deu o controle ao PMDB – diz Sergio Ronaldo da Silva, servidor da Funasa e membro da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal.
ZERO HORA