| 10/11/2007 14h07min
A descoberta de jazidas de petróleo e gás na Bacia de Santos não muda a relação do Brasil com a Bolívia, assegurou neste sábado, dia 10, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após encontro bilateral com o presidente boliviano Evo Morales, à margem da 17ª Cúpula Ibero-Americana, que reúne desde quinta-feira, dia 8, 22 chefes de Estado e de governo.
– Interessa ao Brasil que a matriz energética brasileira tenha muitas alternativas. Estou convencido de que é estrategicamente importante para o Brasil manter a melhor relação com a Bolívia – afirmou.
Novos acordos entre os dois países devem ser firmados durante a visita de Lula à Bolívia, marcada para 12 de dezembro.
– Queremos ajudar a industrializar a Bolívia, queremos que a Petrobras volte a fazer investimentos – disse Lula, ao destacar que não se trata de firmar acordos entre amigos, mas entre Estados.
– A relação não é entre Evo e Lula, é entre Brasil e Bolívia. Ela tem que ser definitiva, tem que ser duradoura, não pode terminar com um mandato de um presidente da República. Por isso, todos nós estamos convencidos de que os contratos têm que ser de Estado para Estado e não de amigo para amigo – afirmou.
De acordo com o presidente, o governo brasileiro também tem interesse na construção, em parceria com a Bolívia, de um pólo gás-químico entre Corumbá e Porto Soares.
– Interessa ao Brasil, como maior país da América Latina, que a gente viva um clima de paz e harmonia com um país que tem uma extensão fronteiriça como tem a Bolívia com o Brasil – disse Lula.
Ele defendeu, ainda, a integração energética sul-americana:
– Precisamos agora construir as parcerias, os projetos, para que a gente possa atender não apenas as necessidades do Brasil, mas as necessidades dos países que são do Mercosul e que participam da Unasul (União Sul-Americana das Nações).
Antes de retornar ao Brasil, Lula também esteve com o presidente e com o primeiro ministro de Portugal, Aníbal Cavaco Silva e José Sócrates, e com o vice-presidente cubano, Carlos Lage. Lula revelou que pretende ir a Cuba ainda neste ano – provavelmente em 21 de dezembro – para firmar acordos pendentes. Não é certo, porém, que verá Fidel Castro.
– Não sei como estará o estado de saúde do presidente Fidel Castro. Obviamente, se ele estiver bem de saúde, eu vou conversar com ele – disse Lula.
AGÊNCIA BRASIL