| 09/11/2007 06h09min
A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, confirmou nessa quinta-feira, dia 8, no Rio de Janeiro, que o preço do gás natural vendido no Brasil deverá aumentar, de 15% a 25%, de forma escalonada nos próximos dois anos.
Durante entrevista na sede da estatal, Graça Foster reafirmou a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que não há crise de abastecimento de gás no país. Na última quarta-feira, dia 7, o presidente Lula negou a existência de uma crise e afirmou que o Brasil tem energia garantida até 2012.
De acordo com a diretora, os reajustes propostos são necessários para fazer frente ao aumento dos preços dos custos de produção pressionados pela alta do preço do barril do petróleo no mercado externo.
– O preço do gás natural está deslocado da cotação do barril do petróleo. É preciso lembrar que toda a cadeia produtiva de petróleo e gás natural está sob forte impacto de aumentos dos custos. E isto acontece não só no Brasil, como também no exterior. Então o aumento a ser concedido para o gás tem como objetivo a necessidade de aumentar também os investimentos – justificou.
Na avaliação da diretora, somente com o reajuste nos preços do gás comercializado no país será possível aumentar os investimentos na infra-estrutura de distribuição do produto.
Esse aumento, no entanto, será negociado individualmente com cada uma das distribuidoras, de acordo com a política de preços da estatal.
– Esses aumentos serão concedidos de forma individual, com cada distribuidora, e de forma escalonada – garantiu Graça.
A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, que estava presente à reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na sede da Petrobras, negou que o conselho tenha discutido qualquer assunto relacionado com o abastecimento interno de gás natural.
Ela também negou que a descoberta do Campo de Tupi, na Bacia de Santos, vá influenciar as negociações retomadas esta semana entre a Petrobras e a Bolívia sobre a possibilidade de novos investimentos da estatal naquele país.
– A nossa relação com o país (a Bolívia) é uma relação de integração regional, em que pese preferirmos não depender do gás boliviano, por isto mesmo Tupi não tem impacto ou qualquer relação com as discussões com a Bolívia – afirmou Dilma.
AGÊNCIA BRASIL