| 06/11/2007 09h05min
O governador da Flórida, Charles Cris, e mais cem empresários da região se reuniram nessa segunda-feira, dia 5, com representantes da Federação da Indústria de São Paulo (Fiesp). O objetivo é estabelecer parcerias para a produção de etanol. O Estado norte-americano pretende reduzir as emissões de gases de efeito estufa em mais de 25% nos próximos 18 anos. Para isso, Cris lançou algumas medidas, como a mistura de 10% de álcool à gasolina.
O governador ressaltou a importância da relação comercial do Estado com o Brasil, que só no ano passado movimentou US$ 11 bilhões. Para ele, esta cifra pode crescer ainda mais impulsionada pelo etanol.
Segundo Cris, Brasil e Flórida podem ser os líderes mundiais na produção de álcool, sem depender mais do petróleo. Sobre a importação do produto, ele afirmou que o Estado quer e precisa do etanol brasileiro. O governador concordou que a cobrança de US$ 0,54 por galão importado inviabiliza a compra. Ao ser questionado se
era a favor da redução das
tarifas, respondeu de forma bem objetiva:
– sim.
O gesto foi bastante aplaudido pelos presentes, entre eles, o diretor do Departamento de Relações Internacionais da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca.
– Se essa tarifa não existisse, certamente o Brasil já poderia estar exportando alguns bilhões de litros para a Flórida, porque o consumo ta lá. A demanda existe. Há desejo do consumidor em usar a mistura de 10% de álcool na gasolina ou do e85, mas o problema é que o etanol americano não é suficiente – lamentou ele.
O governador Charles Cris aproveitou a ocasião para assinar um termo de cooperação com os empresários para a produção de álcool. Para os integrantes da Fiesp e da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), este é um grande passo para o avanço do setor.
– O consumo de gasolina na Flórida, que é um Estado americano, é praticamente igual ao de todo o Brasil. Então, se eles de fato implementarem uma legislação obrigando a mistura de 10% de etanol na gasolina, isso representa um consumo de 14 bilhões de litros, que é um consumo próximo do que o Brasil consome hoje de etanol. Então, há um espaço formidável para isso – disse o diretor do Conselho de Agronegócio da Fiesp, Roberto Rodrigues.
– A demanda de combustível deles “tá” crescendo muito rapidamente e, certamente, mesmo que eles venham a produzir etanol, eles não terão capacidade de suprir toda a demanda necessária. Então, o Brasil entra com fortes possibilidades aí – prevê o assessor da presidência da Unica, Alfred Szwarc.
LUCIANE KOHLMANN/CANAL RURAL SÃO PAULO