| 19/10/2007 05h52min
Em Luanda, capital de Angola, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou nessa quinta-feira, dia 18, mudanças na emenda que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), dizendo que quer sua aprovação no Senado tal como saiu da Câmara.
– Se os "demo" estão dizendo que vão fechar questão contra, é um problema deles - disse ele, ironizando o partido de oposição Democratas, o antigo PFL, cuja sigla é DEM.
A emenda que prorroga por quatro anos o chamado imposto do cheque foi aprovada pelos deputados federais. No Senado, no entanto, a margem do governo é apertada. Antes das declarações presidenciais, aliados do governo haviam acenado com a possibilidade de isentar da contribuição quem movimenta até R$ 1,7 mil mensalmente.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nessa quinta que é possível reduzir a alíquota do imposto, hoje de 0,38%, de forma gradativa, mas não deixou claro quando ela poderá começar:
– O que não temos condições de suportar é uma perda abrupta ou total. A possibilidade de haver um movimento gradativo para reduzir eu acho que é perfeitamente possível, dentro de um movimento negociado.
Democratas criticam postura de presidente
Questionado sobre a proposta de isentar da contribuição a faixa mais pobre da população, Lula se mostrou irredutível:
– Não tem condicionante.
Lula e seus ministros têm dito que o fim da CPMF implicaria o corte de gastos sociais e de investimentos e no aumento de impostos.
– Enquanto o vice-presidente vem aqui, numa atitude de elegância, em busca do diálogo, o titular (Lula) se dirige a nós de forma insultuosa, numa atitude arrogante que não condiz com a estatura de um presidente – respondeu o líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), referindo-se à visita que José Alencar fez ao Congresso para defender a CPMF.
O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), também criticou Lula:
– A forma jocosa com que ele trata os temas brasileiros precisa ser revista. Ele não está numa mesa de bar conversando com um amigo, ele é o presidente da República e deveria, no mínimo, respeitar o cargo que ocupa.
ZERO HORA