| 15/10/2007 05h37min
O Brasil tem um novo e poderoso instrumento de marketing para seus biocombustíveis. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, anunciaram nesse domingo, dia 14, que a estatal recebeu autorização da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para se tornar a primeira fornecedora do produto para a Fórmula-1 (F-1).
Transformados nas principais armas da ofensiva internacional do país, o etanol e o biodiesel têm potencial para fortalecer a balança comercial e a imagem do Brasil no Exterior. Três décadas de experiência com o Proálcool, a maior frota de carros flex da história e o custo mais competitivo de produção têm alçado os biocombustíveis verde-amarelos à condição de estrelas internacionais.
O Brasil e os Estados Unidos são os dois maiores produtores mundiais de etanol, mas a vantagem nacional reside na diferença de custo de produção e nas condições mais favoráveis à expansão das lavouras.
Foi por isso que a ministra Dilma disse que a iniciativa "reforça o protagonismo do Brasil" nos biocombustíveis. A Petrobras já fornece gasolina especial para a equipe, mas a partir do próximo ano vai substituir parte do derivado de petróleo por uma parcela de combustível verde.
Depois de comer poeira atrás de uma categoria menos globalizada, a Indy, a Fórmula-1 acordou para a demanda de consumo responsável no planeta. A FIA determinou que os combustíveis usados nos carros de corrida tenham pelo menos 5,75% de material de origem renovável adicionado à gasolina convencional. Os carros da Indy usam etanol americano, feito de milho.
Em solenidade no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, pouco antes da largada da Petrobras Esporte Motor, Dilma e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, apresentaram a iniciativa. A ministra, num ato simbólico, abasteceu um carro da Williams com o novo combustível aditivado com fontes renováveis. O evento demonstra as categorias de automobilismo patrocinadas pela Petrobras, como F-1, Stock Car e Motovelocidade.
A Petrobras vai manter em segredo a fórmula do novo combustível, anunciado como uma inovação. Só garantiu que cumpre a exigência da FIA. O coordenador técnico do programa de F-1 da Petrobras, Rogério Gonçalves, explicou que o desempenho dos carros de corrida é modificado com a adição de combustíveis de origem vegetal. É necessário alterar regulagem e outros itens técnicos para obter o melhor funcionamento do motor, detalhou Gonçalves.