| 07/08/2007 19h37min
A confirmação de mais um caso de febre aftosa na região sudeste da Inglaterra gerou repercussão em Mato Grosso do Sul. A classe produtora cobra a mesma rigidez nas ações sanitárias impostas ao estado, que há quase dois anos luta para recuperar o status de área livre de aftosa com vacinação.
Desde outubro de 2005, quando foram confirmados focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, a classe produtora convive com as dificuldades criadas pelo surgimento da doença. Mais de 50 países deixaram de comprar a carne produzida no estado, o que provocou um prejuízo estimado em R$ 1 bilhão. Para tentar recuperar a confiança dos compradores, várias medidas sanitárias rígidas tiveram que ser adotadas nos municípios de Eldorado, Mundo Novo e Japorã, onde ocorreram os focos da doença. Cidades próximas à região também sofreram as conseqüências, mesmo sem registrar nenhum caso de febre aftosa. Em Iguatemi, onde existem aproximadamente 220 mil bovinos, as vendas de carne para o exterior estão proibidas.
– As dificuldades enfrentadas pela classe produtora local, diz que um frigorífico continua com as portas fechadas e que querem que a OIE atue com as mesmas exigências e da mesma forma com que atuarem em MS - disse José Roberto Felippe Arcoverde, Presidente do Sindicato Rural de Iguatemi-MS.
A Associação de Criadores pede que a Organização Internacional de Saúde Animal seja rigorosa com a Inglaterra, e não esconde a preocupação com surgimento de focos de aftosa no país Europeu.
– A grande prejudicada com esta situação é a imagem da carne, que pode ficar abalada frente aos consumidores - afirma Laucídio Coelho Neto, Presidente da Acrissul.
A Federação de Agricultura e Pecuária também cobra das autoridades sanitárias internacionais o mesmo rigor imposto à Mato Grosso do Sul, mas também acredita que a confirmação de focos de febre aftosa no Reino Unido crie um cenário oportuno para que seja revista a necessidade de adotar embargos comerciais em casos de surgimento de casos a doença.
– Este é o momento de haver uma grande discussão internacional sobre as restrições impostas em casos de febre aftosa. Acho que estes embargos são “exagerados” e que é preciso mudar este pensamento - disse Ademar da Silva Júnior, Presidente da Famasul.
LUIZ PATRONI -REPÓRTER CANAL RURAL - SUCURSAL CAMPO GRANDE