| 11/05/2007 07h00min
Depois de dois anos, a Série B não contará com nenhum dos chamados 12 grandes clubes de expressão do futebol brasileiro (os quatro de São Paulo e Janeiro, além dos dois de Minas Gerais e Rio Grande do Sul). Fato não ocorrida desde 2004, quando Palmeiras e Botafogo garantiram seus acessos e deixaram a competição sem favoritos ao acesso.
Sem Grêmio e Atlético-MG, últimos grandes a experimentarem o calvário, chama a atenção nesta temporada o grande número de equipes paulistas. Serão oito dos 20 clubes participantes, ou seja, 40% da competição será disputada dentro de São Paulo, dando um caráter regional a uma disputa tradicionalmente concentrada no Nordeste.
Tal como em 2004, chutar os quatro felizardos que chegarão à elite é tarefa ingrata. Apenas um dos participantes já sentiu o gosto de conquistar um título Brasileiro e vale destacar que a presença de antigos campeões vinha sendo uma freqüente nos últimos anos. O único a ostentar uma estrela no peito, o Coritiba, resolveu apostar nas categorias de base e a torcida não demonstra otimismo após a eliminação no Estadual para o pequeno Paranavaí nas semifinais.
Entre os paulistas, nenhum aparece como candidato disparado. O São Caetano, atual vice-campeão estadual, perdeu forças como o técnico Dorival Júnior e o lateral-esquerdo Triguinho, mas mesmo assim é a principal força da terra dos Bandeirantes. De volta à Segundona após sete anos, o Azulão tem estrutura e aporte financeiro para quebrar os prognósticos de Cinderela e retomar o lugar entre os grandes.
Logo atrás dos azulinos, duas equipes lutam para reviver dias melhores. A Ponte Preta, que estava na Série A desde 1998, brigou por uma vaga nas semifinais do Paulistão e traçava planos ambiciosos. Entretanto, a perda do título do interior e a saída do artilheiro Finazzi para o Corinthians atrapalharam o projeto da Macaca, cuja empolgação vem da péssima fase vivida pelo rival Guarani, no limbo da Série C.
A Portuguesa vive uma fase como há tempos não se via no Canindé. Perdeu apenas quatro jogos entre os 30 disputados até aqui na temporada, tem uma base sólida e um treinador que se identifica com a torcida, empolgada com o título da Série A-2 do Campeonato Paulista. Contudo, vale salientar que os adversários lusitanos no primeiro semestre, salvo exceções como o Cruzeiro, na Copa do Brasil, passam longe da condição de teste ideal para a Segundona. Marília, Ituano, Santo André, Paulista e até o emergente Barueri, promovido da Terceirona, seguem a linha da Rubro-verde e devem seguir entre os figurantes da disputa.
Ao Barueri, as dificuldades são ainda maiores. Novamente sem poder atuar em seu estádio, as partidas serão realizadas no palmeirense Parque Antártica e o time da Grande São Paulo deve experimentar a situação vivida pela União Barbarense, rebaixada novamente à Série C após experimentar a Segundona em 2005. O último acesso, aliás, embolou ainda mais a disputa desta temporada.
Criciúma e Vitória, outros protagonistas da elite até 2004, estão de volta ao segundo degrau da hierarquia. Junto deles, preocupa os rivais o acesso do Ipatinga. A equipe do vale do Aço assumiu a condição de terceira força do futebol mineiro, substitui o América-MG no cenário nacional e apesar de ficar de fora das finais do Estadual após dois anos, tem base para buscar algo a mais na disputa.
O favorito da vez na Série B é o Brasiliense, invicto desde o começo da temporada e dono do tetracampeonato estadual. A equipe de Taguatinga surge como força ao lado dos sempre perigosos nordestinos. De volta à segunda divisão, o Fortaleza conquistou o Cearense e conta com uma parceria com o Flamengo para fazer bonito. Ceará, CRB e Santa Cruz, a grande decepção no Campeonato Pernambucano, parecem ter encontrado o fundo do poço, só que na temporada 2007 da Segundona, até participantes costumeiros como Avaí e Gama podem ser tanto favoritos ao acesso como ao descenso à Terceirona.
GAZETA PRESS