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Espante o frio com uma taça de vinho

Saiba mais sobre a bebida e aqueça-se no inverno

O inverno chegou e, junto com ele, trouxe frio típico da estação. Para se aquecer nesses dias de baixa temperatura, o vinho é uma boa opção, seja para acompanhar um prato especial ou para um jantar a dois. Além de ser associada a encontros românticos, a bebida está, historicamente, ligada às celebrações da humanidade, tanto em ocasiões festivas como religiosas.

Desde o império romano até os dias atuais, o vinho é parte imprescindível de uma boa comemoração. Grandes vitórias, jantares de negócio, casamentos e simples reuniões entre amigos não raramente são regados a muito vinho. Para cada ocasião, há um tipo de vinho adequado. Mas como escolher a variedade certa?

Harmonização
O vinho e a comida precisam estar em harmonia. Para acompanhar refeições de sabor forte, como carne vermelha bem temperada, por exemplo, a melhor opção é um tinto encorpado, de alto teor alcoólico. Se o prato for mais delicado, escolha um vinho branco e leve. Já para pratos com sabores ácidos, que envolvam tomate e limão, por exemplo, o ideal é que sejam servidos junto com um vinho igualmente ácido.

O mesmo vale para sobremesas. Para um prato doce, é necessário um vinho que seja tão ou mais doce. Ainda é preciso prestar atenção nos molhos e temperos: quando eles forem excessivamente fortes, o ideal é que o vinho case bem com eles, mais do que com o tipo de carne ou massa. No caso de vinhos maduros e saborosos, pratos simples, sem muito condimento, ajudam a valorizar o gosto da bebida.

Classificação dos Vinhos
Além do tipo de uva usado na fabricação, os vinhos podem ser classificados por diferentes critérios. Seja pela classe, pela cor ou pelo teor de açúcar, nomes e termos não faltam para distinguir os inúmeros tipos de vinhos existentes. Genericamente falando, existem cinco tipos diferentes de vinho: os tintos, os brancos, os rosés, os espumantes e os fortificados. Cada país e cada região produtora tem uma forma própria para classificação da bebida.

No Brasil, eles ainda podem ser classificados quanto a cor, o teor de açúcar e classe. Com relação à cor, pode ser tinto, branco ou rosé – com coloração intermediária, em razão dos dois modos de fabricação: tinto posto em breve contato com as cascas que dão a cor à bebida, ou uma mescla entre tinto e branco.

Já quanto ao teor de açúcar, pode ser Brut-Nature (sem adição de açúcar), Extra-Brut (de 0 a 6 gramas de açúcar por litro), Brut (até 15g/L), Extra-seco (entre 12 e 20g/L), Seco (entre 17 e 35g/L), meio doce (entre 33 e 50 g/L) e suave (mais de 50g/L), também conhecido doce.

A classificação por classe pode ser feita por cinco formas distintas, sendo que uma delas ainda apresenta maior especificidade. O vinho pode ser fortificado, com graduação alcoólica entre 15º e 18º G.L; licoroso, de graduação entre 14º a 18º G.L, com ou sem adição de álcool potável, caramelo e concentrado de sacarose; ou espumante, que passa por uma segunda fermentação alcoólica que gera um aumento no nível de dióxido de carbono, resultando em bolhas (o champanhe é o nome do espumante produzido na região homônima da França).

Ainda com relação à classe, os vinhos podem ser classificados como leve – de graduação alcoólica entre 7º G.L e 9.9º G.L, sendo produzido sempre com uvas viníferas – ou de mesa, classificação que se subdivide em outras quatro categorias: finos ou nobres, produzidos de uvas viníferas; especiais, vinhos mistos fabricados a partir de variedades de uvas viníferas e híbridas ou americanas; comuns, com composição predominante de variedades híbridas ou americanas; e frisantes, também conhecidos como gaseificados, vinhos com gaseificação entre meia e duas atmosferas.

Os tipos de uva
A procedência e o tipo da uva vão influenciar na qualidade e sabor do vinho, que normalmente são produzidos a partir de variedades da espécie de videira Vitis vinifera. Quando um desses tipos tem predominância de, pelo menos, 75% na composição do vinho, ele é chamado de varietal ou monocasta. Não menos saborosos, os vinhos feitos a partir de uma ou mais mistura de variedades de uvas – desde que colhidas no mesmo ano – estão entre os melhores e mais caros.

As cepas, tronco da videira de onde brotam os frutos, são classificadas como tintas e brancas. As primeiras, como o próprio nome sugere, são as que dão origem às uvas tintas, as roxas, que são usadas majoritariamente na fabricação de vinhos tintos.

Entre as mais famosas, estão Cabernet Sauvignon, espécie cultivada em Bordeaux que resulta em vinhos bem estruturados e de tons profundos; Carmenère, também de Bordeaux – mas muito cultivada no Chile –, origina vinhos elegantes e macios; Pinot Noir, original de Borgonha e muito usada na fabricação de vinhos medianamente encorpados e de aromas perfumados; e Merlot, outra cepa proveniente de Bordeaux, é muito usada em mesclas, e produz vinhos suaves.

As segundas, as cepas brancas – cujas uvas são de coloração verde –, são, evidentemente, utilizadas na produção de vinhos brancos. As mais conhecidas e usadas são: Chardonnay, originária de Borgonha, mas cultivada em muitos países, como Chile e EUA, por exemplo, é considerada a melhor em termos de qualidade no vinho produzido e tem papel fundamental na fabricação do champanhe; Riesling, de origem alemã, resulta em vinhos leves e perfumados, de acidez e nível alcoólico baixo; Sauvignon Blanc, proveniente de Loire, gera vinhos brancos medianamente estruturados e muito cítricos; e, por último, a não tão famosa, mas não menos importante Sémillon, empregada nos renomados vinhos doces de Sauternes, em Bordeaux, resultando em sobres complexos, concentrados e levemente adocicados.

Além do tempo e a forma de maturação e conservação, outros fatores que influenciam na qualidade do vinho. O resultado do produto final, está sujeito às variações que resultam da qualidade da safra das uvas, que estão à mercê das intempéries climáticas. Por isso, a vindima, ou colheita, tem que ser feita no momento certo.

A precipitação na hora de colher a fruta pode resultar em um vinho aguado, com baixa concentração de açúcar e álcool. Se a vindima for atrasada, a uva produzirá um vinho com pouca acidez, mas bastante álcool.

Histórico
As primeiras evidências do cultivo de videiras, planta arbustiva que dá origem à uva, são datadas de 6500 a.C. na Ásia Menor, onde hoje se encontra a Geórgia. Mas a bebida ganhou fama e melhorou seu processo de fabricação quando chegou a Roma, onde taças eram erguidas em brindes a Baco, que tal como Dionísio para os gregos, era o deus do vinho, das festas, do lazer e do prazer.

Depois de conquistar legiões de soldados e gladiadores do império, a bebida passou a fazer parte dos costumes romanos e, consequentemente, das regiões por eles conquistadas.

Com o passar do tempo, já na Idade Média, o vinho passou a fazer parte das missas católicas, onde representa o sangue de Cristo. Daí pra frente, a bebida não parou de fazer sucesso. As cruzadas levaram o fermentado para o mundo árabe. As grandes navegações o exportaram para as Américas.

Hoje, o vinho já conquistou o mundo inteiro, e, quando consumido de forma moderada, é considerado benéfico contra doenças cardiovasculares por dificultar a formação de placas de gorduras e dilatar os vasos sanguíneos. Um brinde a Dionísio e a Baco. Saúde!

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