Eleições | 12/08/2010 21h33min
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, minimizou hoje o fato de ter no horário eleitoral gratuito três minutos a menos que sua adversária Dilma Rousseff, do PT. Para o tucano, a diferença de tempo na TV - ele tem 7 minutos e 18 segundos e Dilma, 10 minutos e 38 segundos - não influencia a campanha.
— É sempre bom ter mais, mas temos tempo suficiente — afirmou, após passeio de trem na zona sul de São Paulo.
Na semana passada, Serra defendeu que as propagandas dos candidatos no horário eleitoral tenham menos produção. Na oportunidade, chegou a dizer que políticos não poderiam ser vendidos como iogurte ou pão de centeio. Hoje, o candidato reiterou a ideia, mas admitiu que, nessas eleições, não a colocará em prática.
— Eu preferia que tivesse um cenário simples, com o nome do partido. O candidato chega e fala o que pensa, sem ter toda essa produção. Mas se você está numa disputa em que os outros fazem diferente, você também tem de fazer.
Serra evitou detalhar sua declaração ao Jornal Nacional (TV Globo) ontem. Na entrevista, o candidato disse, em referência indireta a Dilma e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ninguém governa "na garupa" de outra pessoa. Questionado se se referia aos petistas, respondeu:
— Eu disse apenas que o presidente tem de ser o condutor, não pode andar na garupa de ninguém. Não mencionei nenhum nome — afirmou.
Metrô
Serra percorreu hoje de trem oito estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), da estação Vila Olímpia até a Grajaú. Parte das estações pelas quais passou foi inaugurada quando Serra era governador de São Paulo. O candidato aproveitou o cenário para fazer uma promessa: construir 400 quilômetros de metrô em várias capitais até 2014, caso eleito presidente. O projeto custaria, segundo o tucano, entre R$ 40 bilhões e R$ 45 bilhões, provenientes dos governos federal e estaduais, prefeituras, financiamentos externos e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da iniciativa privada.
— Praticamente, no Brasil todo os metrôs foram paralisados — afirmou o tucano, reclamando da falta de parceria do governo federal com os Estados.
— O metrô de São Paulo está se expandindo só com o esforço do governo do Estado. Não há recursos federais. Zero, criticou.
O projeto atenderia capitais como Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Goiânia. Em algumas delas, ainda não há metrô e, em outras, há obras paradas ou é necessário fazer a expansão das linhas já existentes. Serra citou como um caso "patético" de falta de investimento em metrô a cidade de Salvador.
— Já se gastaram milhões e o metrô está lá parado até hoje. Não andou um passageiro — afirmou.
Perguntado se o projeto seria factível, mesmo com o exemplo de São Paulo - onde as obras de expansão estão atrasadas -, o presidenciável respondeu.
— Dá perfeitamente para fazer se o governo federal se jogar no planejamento e na mobilização de recursos.
Para o tucano, não há atrasos, mas "ajustamentos naturais" nas entregas em São Paulo. Durante o trajeto percorrido de trem, acompanhado de seguranças, assessores e dezenas de jornalistas, Serra procurou conversar com os passageiros.
O candidato ouviu elogios à sua gestão como governador de São Paulo, mas também reclamações sobre os trens cheios e demorados. Ao desembarcar na estação Grajaú, Serra tomou café com leite e comeu pão de queijo em uma lanchonete, pegou uma criança no colo e a beijou. Também tirou fotos com eleitores, sempre comentando as melhorias no metrô de São Paulo.
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