A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, negou que tenha sido conivente com o mensalão. A afirmação foi feita em entrevista ao Jornal Nacional na noite desta terça-feira. Ela foi a segunda de série com presidenciáveis.

— Não foi conivência, nem silêncio, o que aconteceu foi que todas as vezes que eu me manifestava eu não tinha audiência — declarou ela sobre o fato de ter deixado o partido não por questões éticas, mas políticas.

A ex-ministra do Meio Ambiente disse que essa luta pela ética se dá em qualquer partido e que no combate à causa ambiental ela era minoria na sigla.

Marina também reiterou que sua candidatura não é apenas para marcar posição com a causa do meio ambiente:

— Com certeza a minha candidatura é para agora.

Sobre como construirá alianças para governar, já que hoje tem apenas o apoio do Partido Verde, Marina disse que essa situação é favorável, pois Dilma e Serra já estariam comprometidos demais com as alianças que fizeram, mas que pretende governar com quadros de vários partidos.

— O Brasil precisa de um olhar que coloque em primeiro lugar a necessidade dos brasileiros.

Questionada sobre as demoras para conceder licenças ambientais para obras do governo Lula, disse que o número anual de licenciamento aumentou de 145 para 265 por ano.

A candidata finalizou a entrevista ressaltando as origens:

— Agradeço a Deus por estar aqui, porque só em um país como o Brasil, com a democracia que temos, é que uma pessoa como eu, que saiu lá da floresta amazônica, que se alfabetizou aos 16 anos, se coloca como a primeira mulher de origem humilde candidata a presidente do Brasil.

Dilma Rousseff, do PT foi ouvida na segunda-feira e José Serra, do PSDB, será entrevistado na quarta-feira. A ordem das entrevistas foi definida em sorteio e todos tiveram 12 minutos para responder questões dos apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes.