Eleições | 10/08/2010 02h39min
Embora oficialmente mantenha a neutralidade na disputa pela Presidência, o PMDB gaúcho articula estratégias para se aproximar da petista Dilma Rousseff. O PDT é quem tomará a frente. Principal aliado de José Fogaça (PMDB) na corrida ao Piratini, a legenda promoverá na sexta-feira um ato de apoio à ex-ministra. É uma tentativa de evitar que apenas Tarso Genro (PT) se beneficie com a crescente popularidade da candidata no Estado.
A petista já confirmou presença no evento que reunirá, em Porto Alegre, prefeitos, deputados, vereadores e militantes do PDT. Segundo o presidente estadual da sigla, Romildo Bolzan Jr., será inaugurado, na sede da legenda, um comitê de campanha para Dilma e Fogaça. Líderes pedetistas, como o deputado federal Pompeo de Mattos, vice na chapa do ex-prefeito, vão lembrar nos discursos que apoiam Dilma para presidente e Fogaça para governador.
– Essa estratégia vai mostrar para o eleitor que, se ele quiser votar na Dilma, pode votar no Fogaça também. Afinal, ela estará conosco, nos apoiando. Queremos descolar um pouco ela do Tarso – reconhece um dirigente do PMDB.
Simon vê como natural apoio de peemedebistas a Dilma
Divulgada no domingo por ZH, a última pesquisa Ibope mostrou Dilma à frente de José Serra (PSDB) pela primeira vez no Rio Grande do Sul. A diferença entre ambos é de dois pontos percentuais – dentro da margem de erro de três pontos. A sondagem foi realizada entre 3 e 5 de agosto e foi registrada no TSE sob o número 21.914/2010 (veja quadro). Desde então, peemedebistas gaúchos voltaram a discutir a neutralidade assumida diante da corrida ao Planalto. O problema é que, enquanto o PMDB nacional tem aliança com Dilma, a maioria dos líderes gaúchos prefere Serra, que também prevê roteiro no Estado na próxima semana.
Segundo o coordenador da campanha de Fogaça, deputado Mendes Ribeiro (PMDB), o partido discute internamente se vai liberar os peemedebistas simpatizantes de Dilma para participar do evento do PDT:
– Estamos tratando com Michel Temer (vice na chapa da petista) sobre quando e como essas pessoas poderiam demonstrar apoio à ex-ministra.
Presidente estadual do partido, o senador Pedro Simon acredita que haverá membros do PMDB já no evento de sexta-feira.
– Eu tenho convicção disso. É absolutamente normal que, após o PDT criar um comitê para apoiar Fogaça e Dilma, pessoas do PMDB simpáticas à candidatura dela compareçam ao ato e, depois, trabalhem neste comitê.
A certeza é de que, para evitar desavenças com a ala serrista da sigla, nem Fogaça nem Simon devem aparecer no evento. Para todos os efeitos, diz um líder do PMDB, quem está apoiando Dilma é o PDT, mais ninguém.
Última pesquisa Ibope mostrou que a petista ultrapassou Serra entre os gaúchos
Foto:
Adriana Franciosi
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