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 | 18/05/2010 15h47min

Assessor da Presidência afirma que acordo com Irã será ampliado

Questões como a manutenção do direito ao enriquecimento a 20% do produto devem ser abordadas em uma segunda etapa

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse nesta terça-feira que o acordo sobre a transferência de urânio do Irã deve ser ampliado.

Segundo ele, questões como a manutenção do direito ao enriquecimento a 20% do produto devem ser abordadas em uma segunda etapa das negociações. Para Garcia, é necessário considerar que houve um avanço e foi negociado um crédito de confiança entre o Irã a comunidade internacional.

— Nós vamos ter que ver com calma, até porque, entre outras coisas, o enriquecimento de urânio (a 20%, em território iraniano) não é proibido — disse Garcia, que participa da 6ª Cúpula União Europeia, América Latina e Caribe, em Madri.

— O que nós procuramos foi criar a confiança. E eu acho que a relação que o Irã estabeleceu com a Turquia e o Brasil foi isso: uma relação de confiança.

O assessor ressaltou que há um clima de "enfrentamento" envolvendo o Irã e parte da comunidade internacional em decorrência da pressão exercida pelos Estados Unidos em favor da imposição de sanções econômicas contra os iranianos.

Apesar do acordo, firmado ontem (17), no qual o Irã se compromete a transferir o urânio levemente enriquecido a 3,5%, para a Turquia, recebendo, em troca, o produto enriquecido a 20% — em um prazo de até 12 meses — os norte-americanos mantêm as ameaças.

— O que nos interessa é o apoio que teve essa negociação, tal como ela se colocou, de países importantes como a China, a França e a Rússia — disse Garcia.

— Isso não termina agora, nós tivemos muita paciência. Nós começamos a nos preocupar em setembro do ano passado, quando o presidente Lula encontrou o presidente do Irã (Mahmoud Ahmadinejad), na Assembleia das Nações Unidas.

Segundo Garcia, é necessário observar o acordo como um todo, as consequências práticas do que foi negociado e seus efeitos.

— Temos que tirar as consequências práticas. Quem vai enriquecer (o urânio), como vai enriquecer e se tem algum problema do ajuste do enriquecimento às centrais iranianas não é um problema fácil. Mas a coisa mais difícil, no entanto, era chegar a um acordo — disse.

Pelo acordo, o documento ainda deve ser submetido à análise da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Também vão avaliar o documento a Alemanha e o Japão.

O governo iraniano tem uma semana para informar a todos sobre o acordo. A ideia é depositar o urânio na Turquia e há possibilidade de utilizar as tecnologias russa e francesa para o enriquecimento do produto.

AGÊNCIA BRASIL
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