O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse nesta segunda-feira que aprecia a mediação de Brasil e Turquia para chegar a uma solução negociada sobre a polêmica do programa nuclear iraniano, mas evitou opinar sobre o acordo assinado em Teerã.

Ban disse à Agência Efe que é preciso esperar que os especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) examinem o acordo alcançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, com o líder do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

— Avalio (positivamente) a iniciativa do presidente Lula e do primeiro-ministro Erdogan para ajudar a encontrar uma solução diplomática a este assunto tão delicado. Estou à espera de informação detalhada e acho que esta declaração conjunta deve ser transferida à Aiea — disse Ban.

Para o secretário-geral da ONU, é preciso esperar para saber mais detalhes sobre a declaração assinada pelos três países e poder fazer um julgamento sobre seu valor, principalmente quando há diferentes versões sobre seu conteúdo.

Ban mencionou declarações de alguns responsáveis iranianos de que, apesar do acordo, o país continuará enriquecendo urânio a 20%, violando as regras do Conselho de Segurança da ONU.

— Apoio e encorajo a resolução de qualquer assunto por meio do diálogo e da paz, mas, neste caso, tenho que esperar para poder fazer uma declaração definitiva — disse o secretário-geral da ONU.

Ban também evitou opinar sobre se o acordo alcançado por Irã, Brasil e Turquia após longas negociações inviabiliza as tentativas dos Estados Unidos e de outros países de impor uma quarta rodada de sanções à República Islâmica no Conselho de Segurança.

— Como princípio, sempre apoiei a resolução negociada e em paz dos problemas. Mas as sanções estão nas mãos do Conselho de Segurança e é lá que devem ser resolvidas — acrescentou.