| 03/10/2002 22h58min
Os presidenciáveis imprimiram um tom ameno ao bloco inicial da última oportunidade de captar votos pela televisão antes do pleito do próximo dia 6. O debate promovido pela Rede Globo, realizado na Central Globo de Produção, em Jacarapaguá, no Rio, nesta quinta, dia 3 de outubro, mediado pelo jornalista Willian Bonner, conta com a presença de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB),Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS).
A questão da educação, especificamente o tema das cotas destinadas aos negros, foi o primeiro tema proposto, e pelo sorteio, coube ao candidato petista dirigir a questão a Ciro Gomes. Em sua explanação, Ciro não respondeu diretamente, preferindo garantir que irá criar 20 milhões de vagas na pré-escola com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT. Na réplica, Lula disse que o Brasil precisa "resgatar a dívida social" com os negros do país. Em sua intervenção, o jornalista Willian Bonner solicitou que o candidato petista explicasse o que ele (Lula) chamou de "critérios científicos" para classificar quem é negro, e quem não é. Lula respondeu lamentando dados de pesquisa do IBGE, que apontam que 46% dos entrevistados marcaram como pardos a opção de raça.
Na segunda rodada de perguntas, Ciro escolheu Garotinho para questionar sobre o tema da aposentadoria de funcionários públicos. Os dois candidatos ombrearam em criticar o Governo Federal. De um lado, Ciro lembrou os 13 milhões de aposentados existentes no país, citando que uma transição no sistema atual é fundamental para o desenvolvimento do Brasil. Por sua vez, Garotinho relembrou uma declaração de FHC, que teria chamado os aposentados de "vagabundos".
– O nosso modelo é muito parecido, disse Garotinho a Ciro, defendendo o combate à sonegação de impostos como forma de recuperar a Previdência.
O tema Reforma Agrária caiu para Garotinho, que escolheu Serra para direcionar sua pergunta. Em resposta a Garotinho, Serra afirmou que dará continuidade ao programa de assentamentos do Governo Federal, exemplificando que nos oito anos de mandato do presidente FHC "mais famílias foram assentadas do que em todo processo de reforma agrária". Garotinho concordou com Serra, relembrando que a paz é fundamental para o bom andamento deste processo, mas também citou a necessidade de uma reforma urbana.
Ao ser questionado por Willian Bonner, Garotinho garantiu que as invasões de terra serão tratadas com base na Constituição, e novamente aproveitou para disparar contra o candidato governista, combatendo os argumentos de Serra sobre avanços no processo da reforma agrária durante o atua governo.
Na rodada de encerramento do primeiro bloco, o emprego foi a questão proposta. Durante a pergunta, e novamente na réplica, o candidato tucano insistiu que Lula citasse qual a mudança que o candidato petista faria na Consolidação das Leis Trabalhistas, a CLT. Lula evitou falar em mudanças na CLT, mas em resposta a Willian Bonner, foi categórico:
– Sou contra a flexibilização como foi feita, garantiu o petista.
Conforme as regras do debate, dividido em cinco blocos, um sorteio define o formulador de cada questão, e depois de indicar para quem pretende fazer a pergunta, o candidato tem 30 segundos para elaborá-la. O escolhido tem um minuto e meio para responder, e quem perguntou tem um minuto para a réplica a quem respondeu, e um minuto para a tréplica. O único jornalista que poderá fazer perguntas será o mediador Willian Bonner, que poderá regular se o candidato respondeu satisfatoriamente o tema proposto.
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