Luiz  Fernando
FURLAN

EXECUTIVO COM
VISÃO PÚBLICA

Em 13 de dezembro de 2002, o recém-eleito presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT), anunciou mais quatro ministros do novo governo. Entre eles, um nome fora da esfera política, mas respeitado no meio empresarial: Luiz Fernando Furlan. A partir do primeiro dia do janeiro seguinte, o executivo sem partido emprestaria a experiência na presidência do conselho de administração da Sadia para a estratégica pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

– O ministério precisava de um empresário que conhecesse a indústria internacional. Encarei como uma forma de retribuir o que tinha recebido do país – diz ele, por telefone, da corretora que comanda com o filho e o genro em São Paulo, a Concórdia.

A razão social homenageia a cidade natal de Furlan e berço do pequeno frigorífico fundado em 1944 pelo avô, Attilio Fontana. Dois anos mais moço do que o negócio da família, o neto viu a Sadia se transformar em uma potência exportadora. Engenheiro químico e administrador por formação, entrou no quadro de funcionários em 1976, tendo sido diretor de relações com investidores e vice-presidente executivo. Estava completando uma década no posto que exercia quando aceitou o convite do petista.

Após a passagem por Brasília, em 2008 o executivo reassumiu a função na empresa, que em breve se uniria à rival Perdigão para dar origem à BRF. Desde então, a lista de cargos de Furlan só tem aumentado. Atualmente, além do assento na gigante do setor de alimentos, ele está envolvido com instituições como a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e o Instituto Ayrton Senna.

– Amanhã cedo embarco para Assunção. Tenho um almoço com o presidente paraguaio, Horacio Cartes, e também irei tratar da implantação do Lide por lá – conta, referindo-se ao Grupo de Líderes Empresariais, outra organização da qual faz parte.

Entre um compromisso e outro – “na semana que vem viajo para Madri”, adianta –, ele afirma que sempre arruma tempo para passar pelo menos duas vezes por ano no município em que nasceu. Mesmo morando na capital paulista, para onde se mudou ainda criança para estudar em um colégio interno, é em solo concordiense que ele reencontra as raízes. Seja no memorial Attilio Fontana ou na casa de madeira que os Furlan chamavam de lar.

Aos 16 anos, como estudante ginasial em São Paulo. Crédito: Arquivo pessoal

Em evento do Lide, organização em que é presidente do conselho de administração. Crédito: Diorgenes Pandini

ONTEM

 

Eu considerava a política…

uma coisa boa

 

Eu aprendia muito com…

meu pai e meu avô

 

Eu levava bronca quando…

não levantava cedo

 

Eu me incomodava com…

brincadeiras de time de futebol, pois meu irmão é palmeirense e eu, corintiano

 

Eu queria envelhecer…

não pensava nisso

 

Eu sonhava em…

um dia ser presidente da Sadia

 

Meu maior defeito era…

ser racional demais

 

Eu ficava irritado com…

meu irmão: ele é um ano e meio mais velho do que eu, então sempre sabia mais, sempre tinha razão

 

Eu sempre me esquecia de…

nada, não esquecia nada

 

Eu via Santa Catarina como…

um Estado provinciano

 

HOJE

 

Eu considero a política…

uma coisa muito complicada

 

Eu aprendo muito com…

meus filhos e meus netos

 

Eu levo bronca quando…

demoro a chegar em casa porque estou trabalhando

 

Eu me incomodo com…

atrasos

 

Eu quero envelhecer…

com saúde

 

Eu sonho em…

ser uma pessoa útil à sociedade

 

Meu maior defeito é…

continuar sendo racional demais, embora com o tempo tenha adicionado emoção

 

Eu fico irritado com…

incompetência em qualquer setor, coisas que poderiam ser resolvidas facilmente e acabam envolvendo retrabalho

 

Eu sempre me esqueço de…

meus óculos para ler, tanto que comprei uns quatro para sempre ter um no quarto, no carro, no escritório, no banheiro

 

Eu vejo Santa Catarina como…

um exemplo para o Brasil

 

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