| 17/08/2005 16h25min
O tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, deputado José Pimentel (PT-CE), atacou nesta quarta o publicitário Duda Mendonça. O dirigente petista nega a existência de pendências financeiras entre o partido e o marqueteiro da campanha presidencial de 2002.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios na semana passada, Mendonça havia dito que o PT ainda lhe devia R$ 14 milhões e que o dinheiro fazia parte do acertado para fazer as campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos candidatos a senador e governador de São Paulo e do Rio de Janeiro.
– O Duda mentiu. Contrato firmado mostra que o compromisso do diretório nacional do PT era de R$ 5 milhões. Depois nós pagamos ainda mais um complemento de R$ 2 milhões. Está tudo registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Portanto, o PT deve nada a ele – disse Pimentel.
Ainda durante seu depoimento, o publicitário revelou que fora obrigado a abrir uma off-shore nas Bahamas para receber pelos serviços cobrados em 2002. Segundo Mendonça, a abertura da conta foi combinada com o empresário Marcos Valério. Ele contou que chegou a receber R$ 10 milhões, mas faltaria outros R$ 14 milhões.
Pimentel admitiu que o publicitário teria de realizar mais um programa de televisão para o PT neste segundo semestre. Porém, na semana passada, depois do depoimento de Mendonça à CPI, o secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini (PT-SP), disse que o partido não teria mais relações com o publicitário.
Apesar de negar que o diretório nacional não deve mais nada a Mendonça, o tesoureiro do PT não soube precisar se os diretórios regionais ainda têm de pagar por serviços prestados pelo publicitário. José Pimentel defendeu a aprovação da reforma política como solução para problemas de arrecadação irregular de campanha.
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