Uma nova revelação pode complicar a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao contrário do que declarou à Polícia Federal e à CPI dos Correios na semana passada, o publicitário Duda Mendonça não fechou pacote global para fazer campanha eleitoral para diversos candidatos do PT no pleito de 2002. O jornal Folha de São Paulo obteve cópia do contrato que indica que os serviços foram de análise de perfil e imagem do PT e do seu candidato à Presidência e realização dos programas eleitorais "nas eleições presidenciais de 2002".

Conforme Duda, os trabalhos publicitários, avaliados em R$ 25 milhões, teriam abrangido as campanhas de Lula e de quatro candidatos petistas em São Paulo e no Rio de Janeiro. O documento assinado em 2002 não menciona os demais concorrentes do partido –  José Genoino ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante ao Senado, Benedita da Silva ao governo do Rio e Edson Santos ao Senado pelo Rio. A explicação do publicitário tentaria desvincular a campanha presidencial dos cerca de R$ 15 milhões de caixa dois que admitiu ter recebido em 2003.

Além de verificar que o contrato não era global, o jornal descobriu que as negociações com Duda envolveram o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. No documento consta a assinatura de ambos.