Iniciou há pouco o depoimento do publicitário mineiro Marcos Valério de Souza à Comissão Parlamentar de Inquérito do Mensalão. O suspeito de ser o  operador do suposto esquema de pagamento mensal a deputados da base aliada começou pedindo desculpas aos brasileiros por ter omitido informações no depoimento realizado na CPI dos Correios no dia 6 de julho.

– Esperei o partido para o qual fiz empréstimos se pronunciasse. Peço perdão ao Brasil – afirmou. 

O clicRBS está acompanhando minuto a minuto a sessão da CPI, transmitindo as principais movimentações do depoente e dos membros da comissão, além das declarações e informações registradas.  Os internautas podem dar sua opinião sobre o depoimento de Valério por meio do mural no especial Crise em Brasília.

Valério presta depoimento na condição de investigado e não precisou assinar o termo de compromisso da comissão. O publicitário adiantou antes do depoimento que pretende comprometer ainda mais os deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP), dizendo que irá narrar aos membros da CPI sobre uma tentativa de chantagem feita por Jefferson contra o ex-tesoureiro nacional do PT Delúbio Soares.

Ele prometeu demonstrar, ainda, que o PTB se beneficiou tanto quanto o PT, o PP e o PL dos empréstimos tomados oficialmente em nome de suas agências de publicidade.

Em relação a Dirceu, Valério afirmou que vai dizer, pela primeira vez em depoimento formal no Congresso, que o ex-chefe da Casa Civil era o avalista político de todas operações financeiras realizadas em favor do PT e dos partidos aliados do governo Luiz Inácio Lula da Silva.  De acordo com o empresário, o ex-ministro da Casa Civil não só sabia de todas as operações financeiras realizadas por suas empresas em parceria com Delúbio, como também garantia o aval político para a obtenção de empréstimos bancários. Os bancos, afirma Marcos Valério, só aceitavam conceder financiamentos porque tinham a certeza de que Dirceu estava por trás dos pedidos de dinheiro. 

Amanhã, a CPI dos Correios e do Mensalão ouvirão, em sessão conjunta, o sócio do publicitário, Cristiano Paes. O depoimento de Paes estava marcado para esta manhã na comissão dos Correios, mas foi adiado para que as duas comissões ouvissem Paes em uma única vez.