| 09/08/2001 07h03min
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso devolveu ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, o inquérito do caso Banpará e o pedido de quebra do sigilo bancário do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Velloso quer que Brindeiro indique o crime que Jader teria praticado. A iniciativa de Velloso, relator dos dois inquéritos criminais instaurados contra Jader no Supremo, coloca o procurador-geral em situação desconfortável, porque expõe a contradição de seu comportamento recente em relação ao presidente licenciado do Senado. Jader só poderá ser investigado se Brindeiro disser que há indícios de peculato (uso de dinheiro público para fins privados). Em parecer emitido em maio, o procurador havia rejeitado essa possibilidade ao afirmar que o crime supostamente cometido seria contra o sistema financeiro (colarinho branco), já prescrito. No pedido formal ao STF, na terça-feira, porém, Brindeiro sugeriu a existência de indícios de peculato, sem citar expressamente o crime. A pena máxima para os culpados de peculato pode chegar a 16 anos, e a prescrição, a 20 anos. A mudança de posição de Brindeiro coincide com a perda de apoio político de Jader. Se o procurador-geral fizer a indicação de peculato ao STF e insistir na quebra do sigilo bancário, a tendência de Velloso será acolher o pedido.
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