| 01/04/2009 10h59min
Os caxienses fizeram fila, nesta quarta-feira, para receber a vacina contra a febre amarela. Por volta das 10h, mesmo com chuva, cerca de 40 pessoas aguardavam atendimento na parte externa da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Centro. Algumas delas movidas pelo fato de que duas mortes em hospitais da Serra (Pompéia, em Caxias, e Tacchini, de Bento Gonçalves) estão sendo investigadas como suspeitas de terem sido causadas por febre amarela.
A UBS do Centro fica localizada na Rua Pinheiro Machado, entre as ruas Andrade Neves e Guia Lopes. É o único posto de saúde da cidade a oferecer doses desse tipo de vacina.
O comerciante Nelson Vargas, 61 anos, tem viagem de negócios marcada para o Uruguai no dia 17 de abril. Por isso, se deslocou, na manhã desta quarta-feira, do bairro Santa Lúcia, onde mora, para receber a dose na UBS do Centro.
— É preciso prevenir, ainda mais com as notícias que estão sendo divulgadas. Por isso, quis me adiantar e vim agora. Não
me incomodo de esperar, mas como
está chovendo, seria bom que entregassem senhas a quem está na fila. Seria também interessante se colocassem à disposição essas vacinas no posto dos bairros — sugere Vagas.
A turismóloga Maria Alda Vigo, 48 anos, e sua filha, Helena Vigo Turcatto, oito, também recorreram à UBS do Centro para obter a vacinação. Maria conta que costuma viajar seguidamente para as regiões consideradas de risco.
— Todo final de semana a gente passeia na casa de parentes, em Nova Prata, em Guabijú e outras cidades. Então, é preciso se precaver e evitar a doença — justificou a turismóloga, enquanto aguardava na fila debaixo de um guarda-chuva.
Coordenadora da UBS Centro, Rejane Florian Santa Catarina, esclarece que a vacina é importante a quem vai realmente viajar para zonas de risco. Já para quem não vai viajar, ela aconselha a ter calma porque a UBS mantém vacinação permanente contra a febre amarela nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 7h30min às 17h, sem fechar
ao meio-dia.
— A gente está
fazendo a vacinação para todos, conforme as doses disponíveis. Só que a urgência é mesmo para quem vai viajar a áreas de risco. Nesse caso, a pessoa tem de vir receber a vacina 10 dias antes da viagem — orienta Rejane.
Conforme a coordenadora, só na manhã desta quarta-feira, até as 10h, 335 pessoas já tinham passado pela UBS para serem vacinadas contra a febre amarela. Na segunda-feira, 560 doses foram aplicadas.
Municípios da região Nordeste do Rio Grande do Sul sob risco:
André da Rocha, Barracão, Capão Bonito do Sul, Caseiros, Esmeralda, Guabiju, Ibiaçá, Ibiraiaras, Lagoa Vermelha, Lavras do Sul, Muitos Capões, Pinhal da Serra, Sananduva, Santa Margarida do Sul, Santo Expedito do Sul, São Jorge, Tupanci do Sul e Vila Nova do Sul.
SAIBA MAIS
O que é
A febre amarela é uma
doença infecciosa, causada por vírus. Ela ataca o fígado e outros órgãos. A gravidade é variável, podendo levar à
morte.
— A maior incidência é entre janeiro e abril, período de chuvas, quando o mosquito transmissor, Aedes aegypti, prolifera-se com facilidade. Não há transmissão de pessoa a pessoa.
Sintomas
— Febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, dores no corpo, icterícia (peles e olhos amarelados) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina).
Os tipos
— Silvestre: característico de matas e vegetações à beira de rios. Vírus transmitido pelas fêmeas de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Ataca geralmente macacos. O homem é considerado hospedeiro acidental.
— Urbana: o vírus é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, o mesmo da dengue. Não há contaminação entre humanos.
A prevenção
— A vacina contra a febre amarela é recomendada para moradores e
para quem viaja a áreas de risco. É gratuita e está disponível em postos de saúde e em alguns aeroportos. No caso de Caxias do Sul, é
oferecida apenas na UBS do Centro, na Rua Pinheiro Machado, entre as ruas Andrade Neves e Guia Lopes.
— A vacina deve ser aplicada 10 dias antes da viagem e tem validade de 10 anos.
— A vacina é contra-indicada para mulheres gestantes, bebês com menos de seis meses de vida e pessoas com alergia grave ao ovo ou sistema imunológico comprometido.
O tratamento
— Identificados os sintomas, o paciente deve ser hospitalizado
— Não existe medicamento para combater o vírus
— Repouso e reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado
— No caso das formas graves: encaminhamento para UTI
Fonte: Ministério da Saúde
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