| 10/12/2008 16h20min
O britânico Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), acha que novas escuderias poderão abandonar a Fórmula-1 caso o regulamento da categoria não seja revisado:
— As normas se tornaram cada vez mais restritivas, limitando o trabalho dos engenheiros a áreas cada vez menores — comentou o dirigente ao falar num seminário sobre o mundo dos negócios no automobilismo, em Mônaco.
Entre outras afirmações sobre a situação atual da F-1, ele disse que a Honda deixou a categoria porque não vende os carros de que precisa para equilibrar as contas e não há nenhuma garantia que mude a situação, que afeta outros fabricantes.
Mosley completou afirmando que, se os fabricantes não conseguirem melhorar as vendas, "teremos que nos preparar para outras saídas não só na F-1, mas também em outras áreas esportivas". Além disso, ele reconheceu que o sucesso da categoria passa pela otimização de cada uma das peças de um carro, por menor que
seja.
Mosley lembrou que a
maioria das escuderias gasta US$ 1 mil em cada um dos aros das rodas de seus carros, que são importadas diretamente do Estado americano da Califórnia.
— São usadas aproximadamente mil unidades ao longo da temporada, o que já representa uma despesa de mais de US$ 1 milhão só nesse conceito. É uma quantia que passa despercebida para o espectador e que também não repercute diretamente no espetáculo — explicou.
Max Mosley afirmou que todos se esforçam em tornar os carros mais leves e na utilização de "materiais exóticos".
— Criaram uma mentalidade na Fórmula-1 na qual os engenheiros só estão satisfeitos com o refinamento e não buscam a inovação. Isso é o que está destruindo a Fórmula-1 — disse o presidente da FIA.
Max Mosley citou como exemplo positivo o Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers, em inglês) por ser um sistema inovador:
— Infelizmente, outros engenheiros como os da Ferrari dizem não querer
o Kers porque é muito complicado — afirmou.
Mosley
fechou o discurso assegurando que era necessário reduzir despesas na F-1, "estabilizar o sistema com um motor base para todos os carros e a mesma caixa de câmbio, à espera de encontrar uma nova energia eficiente que, sem dúvida, será o futuro".
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